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Prefeito candidato à reeleição de cidade líder em queimadas possui R$ 9 milhões em multas no Ibama

João Cleber (MDB) também foi alvo de uma acusação de fake news, quando tentava dificultar a retirada de intrusos da Terra Indígena Apyterewa

26 set 2024 - 16h39
(atualizado às 19h44)
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João Cleber (MDB), prefeito de São Félix do Xingu
João Cleber (MDB), prefeito de São Félix do Xingu
Foto: Reprodução/Prefeitura de São Félix do Xingu

No interior do Pará, São Félix do Xingu se destaca por ser um dos principais focos de queimadas da Amazônia Legal e também pela controvérsia envolvendo seu atual prefeito, João Cléber (MDB). O gestor, que busca reeleição, acumula mais de R$ 9 milhões em multas registradas junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

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Esse valor inclui penalidades de R$ 7,5 milhões e uma recente multa de R$ 1,6 milhão. Até o momento, nenhuma multa foi quitada, sendo que quatro são contestadas.

Com um histórico de queimadas e ação de garimpeiros e grilheiros, São Félix do Xingu ocupa a lista de municípios prioritários no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) desde 2008.

Em 2022, a cidade registrou mais de 5,2 mil focos de queimadas, tornando-se a líder no número de ocorrências na região. Em 2023, continuou a ser uma das mais afetadas, ocupando a terceira posição no ranking de desmatamento, segundo o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).

Acusação de fake news

Além dos desafios ambientais, João Cléber enfrentou acusações de propagar fake news em outubro de 2023. A Justiça Federal o proibiu de tentar impedir ou dificultar a retirada de intrusos da Terra Indígena (TI) Apyterewa, uma das áreas mais desmatadas do Brasil, localizada no sudeste do Pará.

Essa decisão foi tomada após um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que apontou que o prefeito "tem atuado contra a operação, realizada em cumprimento a sentença judicial".

Nos vídeos, o candidato afirma ter contatado o governador e o presidente, resultando na suspensão da desintrusão da TI. Ele ainda alegou que as pessoas não indígenas na área só deixariam o local após receber indenizações.

Contudo, o MPF desmentiu essas alegações, afirmando que não havia qualquer suspensão da desintrusão, e enfatizou que o prefeito "incita a população contra a operação", colocando em risco a segurança de todos os envolvidos e comprometendo a conclusão da desintrusão.

Fonte: Redação Terra
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