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Nas redes sociais, mensagens falsas questionam urnas

Filhos de Bolsonaro publicam postagens que colocam em dúvida votação eletrônica. TRE-MG desmente

7 out 2018 - 23h35
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O dia da votação foi tomado nas redes sociais por boatos sobre a confiabilidade da urna eletrônica, impulsionados principalmente por quadros do partido de Jair Bolsonaro, o PSL. No Twitter, um dos filhos do presidenciável, Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal por São Paulo, estimulou eleitores a fazer fotos e vídeos do momento do voto como forma de fiscalização - ato proibido pela Justiça Eleitoral.

Eduardo Bolsonaro estimulou eleitores para filmar a votação
Eduardo Bolsonaro estimulou eleitores para filmar a votação
Foto: Reprodução/Twitter de Eduardo Bolsonaro / Estadão

Outro herdeiro do capitão da reserva, o senador eleito pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, publicou no Twitter uma informação que posteriormente foi desmentida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) - de que haveriam urnas "viciadas" em prol de Fernando Haddad (PT).

A desinformação estava em um vídeo em que um homem aperta o número "1" em uma urna eletrônica e diz que, mesmo sem apertar o "3", aparece a foto e o nome de Haddad. O TRE-MG esclareceu que a filmagem não mostra o teclado por completo e o vídeo passou por uma edição. "Não existe a possibilidade de a urna autocompletar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela", comunicou a Justiça Eleitoral.

Após o desmentido sobre a gravação, Flávio Bolsonaro deletou o tuíte e agradeceu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo retorno. "Como cidadão exijo o esclarecimento de qualquer fato encaminhado pelos eleitores. Se houvesse o voto impresso nada disso estaria acontecendo", escreveu.

A deputada federal eleita pelo PSL em São Paulo Joice Hasselmann também publicou o vídeo enganoso no Facebook. Em pouco mais de sete horas, 2,7 milhões de pessoas visualizaram o post, que teve 130,6 mil compartilhamentos. A ex-jornalista usou a rede social para divulgar, ao longo do dia, outras supostas denúncias de mau funcionamento em urnas. Na véspera do dia do voto, Joice divulgou ainda a informação - ainda sem evidência que a corrobore - de que um hacker estaria "pronto para atacar" as eleições no Brasil.

Boatos. No WhatsApp, mais uma mentira que circulou nos dias anteriores às eleições é a de que a Polícia Federal (PF) apreendeu urnas adulteradas para registrar votos em Haddad. A corrente chegava a dizer que a Rede Record teria noticiado o fato - tudo boato. A PF desmentiu o registro de qualquer ocorrência do tipo.

Diversos outros rumores sobre a confiabilidade do processo eleitoral marcaram a campanha no primeiro turno. Um dos boatos checados pelo Estadão Verifica, em parceria com o projeto Comprova, foi a falsa informação de que as Forças Armadas teriam pedido ao TSE uma perícia dos equipamentos de votação. Tanto o Exército quanto a Justiça Eleitoral negaram o rumor que viralizou nas redes.

O Comprova, coalizão de jornalismo colaborativo formada por 23 veículos de imprensa e o Estado, também desmentiu a mentira de que "códigos" das urnas eletrônicas teriam sido entregues a venezuelanos. O boato tem como base um edital de licitação que foi revogado e cita uma empresa que foi reprovada no teste técnico do TSE e não tem escritório na Venezuela.

Segurança. A Justiça Eleitoral reafirmou, ao longo do período eleitoral, a confiabilidade do processo eletrônico de votação. Segundo o TSE, o voto emprega segurança em camadas. Isso quer dizer que qualquer ataque ao sistema causa um efeito dominó, que impossibilita que um equipamento comprometido gere resultados válidos.

O TSE encomenda auditorias e perícias de instituições independentes. Da mesma forma, antes de cada eleição é realizado um Teste Público de Segurança do sistema eletrônico de votação, de acordo com a Resolução-TSE 23.444/2015.

No dia da eleição, ocorre mais uma verificação: fiscais de partidos políticos e coligações, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de entidades representativas da sociedade fazem uma "votação paralela". O objetivo é atestar os dispositivos de segurança e a veracidade dos resultados de urnas sorteadas.

Estadão
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