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Candidatos usam só 6% do tempo do debate para propor projetos e ideias de País

Trocas de acusações, críticas à ausência de Lula e dobradinhas entre concorrentes alinhados tomam lugar de propostas

25 set 2022 - 19h47
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A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) até tentou mostrar que um debate entre candidatos à Presidência deve servir como uma entrevista de emprego, onde cada concorrente precisa apresentar seus atributos e propostas para conseguir a vaga. Mas no encontro promovido anteontem pelo Estadão, Rádio Eldorado e outros veículos de imprensa, só 6% do tempo foi dedicado a conseguir o voto do eleitor por meio de projetos para o País.

Durante os quatro blocos do debate realizados nos estúdios do SBT, em Osasco, o que se viu foram trocas de acusações sobre prática de corrupção, críticas à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dobradinhas entre candidatos alinhados e pedidos de resposta - foram 10.

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Para o pesquisador Wilson José Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, quanto mais genérico o discurso de um político for, melhor. Isso porque se o candidato entrar em detalhes sobre a proposta que gostaria de implementar após eleito, pode virar alvo.

"Os políticos são espertos nesse sentido. Eles não vão detalhar propostas porque abre espaço para uma série de críticas. Eles querem passar credibilidade, confiança, carisma. Dizer: 'confie em mim que vou trazer o Brasil de volta, não importa o que vou fazer'", disse.

Foi o que fez, por exemplo, Simone Tebet no quarto bloco. "Nós vamos pagar R$ 5 mil para o jovem do Ensino Médio se formar. Já fizemos a conta. É algo em torno de R$ 7 bilhões. Isso não é nada! É uma gota no oceano dentro do tamanho do orçamento brasileiro", afirmou a senadora usando como base a formação de 1,5 milhão de jovens por ano.

Ainda nesta área, Kelmon disse que a solução é equilibrar os gastos com os diferentes níveis de educação e passar a investir mais na base. "Equilibrar aquele dinheiro que é investido na universidade, um valor muito alto, na educação de base, na criança negra, na criança branca", declarou, sem mencionar valores ou projetos.

Indecisos

O cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas, considera que faltam vontade e propostas concretas. "Sem o confronto de ideias, sobram agressões mútuas. A impressão (no debate de ontem) é que não se tinha muito o que debater além da ausência do principal, digamos, interessado, o ex-presidente Lula."

A cientista política Carolina de Paula, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ressalta que o curto tempo oferecido para as respostas dificulta discussões mais aprofundadas. Ainda assim, eventos do tipo, segundo ela, continuam sendo importantes para alcançar eleitores indecisos.

Wilson Oliveira considera ainda que, nos debates presidenciais, a estratégia dos candidatos também está em se mostrar mais ou menos "amigo" dos adversários. COLABORARAM MARCELA VILLAR, RENATO VASCONCELOS E RUBENS ANATER

Confira a íntegra do debate:

Estadão
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