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Ano será marcado por "eleições sociais", diz Facebook

26 ago 2014 - 12h34
(atualizado às 12h43)
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Foto: Getty Images

As redes sociais, principalmente o Facebook, se tornaram veículos de comunicação e parte quase obrigatória da campanha de um candidato na corrida eleitoral, seja no Brasil ou no mundo. O Terra conversou com o diretor de relações institucionais do Facebook Brasil, Bruno Magrani, para saber a importância do tema na rede social e como os candidatos podem engajar com os internautas. Leia a seguir a entrevista:

Terra - Na corrida presidencial deste ano, uma página no Facebook é quase item obrigatório dos comitês de campanha. A companhia via essa tendência há quanto tempo?

Bruno Magrani - O tema “eleições” vem mobilizando as redes sociais já há algum tempo, tendo se acentuado nos últimos anos. É um assunto que interessa às pessoas globalmente. Em 2013, por exemplo, o termo “eleição” foi o segundo mais mencionado no Facebook em todo o mundo, atrás apenas do Papa Francisco e seguido por menções ao bebê real. Considerando o número de usuários brasileiros no Facebook – hoje são 87 milhões de pessoas acessando a plataforma ativamente todos os meses (63 milhões a partir de dispositivos móveis) – acreditamos que as eleições na rede devem ganhar ainda mais fôlego neste ano.

Com certeza, 2014 será o ano das “eleições sociais” no Brasil e este cenário não será desprezado pelos candidatos e seus comitês eleitorais. O Facebook é o local para as pessoas debaterem temas relevantes relacionadas às eleições. Democrático, oferece a possibilidade de criar diálogo franco e construtivo entre candidatos e o eleitorado, ouvindo sugestões e críticas.

Foto: Getty Images
Terra - Por que é importante para um candidato ter uma página no Facebook? Há algum estudo que mostre a relação entre a popularidade na rede social e o resultado nas urnas?

Bruno Magrani - A internet tem o papel de democratizar a informação e disseminar o conhecimento. E o Facebook é um canal importante para essa democratização nas eleições. Como comentei, atualmente temos 87 milhões de brasileiros conectados à plataforma todos os meses (cerca da metade de nossa população) e os candidatos não podem ignorar esse fato.

O Facebook precisa ser compreendido como o canal de comunicação, relacionamento e alinhamento de grupos políticos em relação ao eleitorado e aos cidadãos em geral. Quando falamos sobre o uso da plataforma durante a campanha eleitoral, isso deve estar integrado às formas tradicionais de campanha, como modo de encorajar o diálogo com a sociedade.

As pessoas estão mais politizadas e as conversas sobre eleições que acontecem no Facebook espelham as conversas que elas já têm em suas vidas offline. Na Índia, os políticos souberam utilizar esses dados e fizeram da eleição de 2014 a primeira eleição social do país. Falando diretamente do uso do Facebook, a plataforma foi utilizada tanto para compreender as demandas da população quanto para disseminar as ideias e posturas pessoais dos candidatos. O Brasil tem todo o potencial para seguir a mesma linha.

Terra - Quais casos de destaque podem ser mencionados na experiência do Facebook com eleições mundo afora?

Bruno Magrani - Temos um exemplo bem interessante na Índia. A escolha do primeiro ministro indiano em 2014 aconteceu no que ficou registrado como a maior eleição democrática do mundo, com cerca de 537 milhões de votos no total. Destaque para o crescimento relevante do número de mulheres e jovens engajados nas campanhas, que alcançou 66% do número de eleitores. Na Índia, 50% da população têm menos de 24 anos, mais de 40% de toda a população apta a votar têm entre 18 e 35 anos e 150 milhões de eleitores votaram pela primeira vez em 2014. Esses dados representam a força de uma geração cada vez mais crítica e conectada – pesquisas divulgadas no país indicam que 70% dos estudantes indianos possuem smartphones – o que trouxe mais um ponto de atenção para os políticos indianos.

Em uma análise do conteúdo da página de Narendra Modi, primeiro ministro eleito, como a ferramenta pode ser benéfica para partidos e candidatos: além de informações sobre a campanha, com atualização de planos e projetos, a página foi utilizada para discutir os problemas da Índia que mais incomodam a população e até para compartilhar conteúdos sobre o Hinduísmo. Essa humanização do conteúdo, que deixou de ser somente político, abriu um canal de comunicação direto, que permitiu que eleitores se identificassem com o partido e seu candidato, aumentando a popularidade e apoio a ambos.

Terra - Que tipo de post de candidato agrada mais ao internauta nas redes sociais? E o que mais desagrada?

Bruno Magrani - Não há uma fórmula. Mas, como comentei anteriormente, a humanização do conteúdo é um dos principais pontos que engajam o eleitorado. Isso permite a criação diálogos construtivos.

Terra - Além dos chamados media training que as assessorias fazem, o senhor vê no horizonte necessidade de algum treinamento a candidatos para otimizar o uso da rede social?

Bruno Magrani - Desde março, viemos mantendo uma série de encontros e workshops com políticos, candidatos e responsáveis pelas campanhas de todos os partidos para falar sobre as melhores práticas para uso do Facebook e Instagram durante o processo eleitoral. Esses eventos foram realizados com o intuito de apresentar a todos o potencial das plataformas e educar políticos e assessores sobre o melhor uso delas, sempre seguindo a legislação eleitoral. A recomendação é que se desenvolva conteúdo de qualidade, que estimule o debate e o diálogo franco, promovendo o engajamento.

Terra - Se o senhor pudesse dar dicas, o que o candidato deve fazer para conquistar mais seguidores em suas páginas no Facebook?

Bruno Magrani - Como comentado, realizamos encontros e workshops em Brasília com deputados, senadores, candidatos a cargos eletivos, de todos os partidos políticos para compartilhar as melhores práticas como forma de estimular o engajamento no Facebook, como por exemplo:

- Serem autênticos

- Utilizar fotos e vídeos

- Levar os eleitores para os bastidores da campanha

- Atentar à questão do timing

- Proporcionar diálogo: comunicação em duas vias

Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo CamposColigações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos

Fonte: Terra
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