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Alckmin elogia carta de FHC, mas diz que não vai procurar candidatos no momento

Presidenciável afirmou que o texto era uma reflexão necessária para combater os extremismos

21 set 2018 - 16h56
(atualizado às 19h55)
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RECIFE E SALVADOR - O candidato do PSDB à Presidência nas eleições 2018, Geraldo Alckmin, elogiou nesta sexta-feira, 21, a carta divulgada na quinta-feira, 20, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No entanto, ele disseque, no momento, não vai procurar os demais candidatos classificados como de centro.

O tucano, que cumpre agenda de campanha em Recife, disse que não vai fazer o movimento, sugerido por FHC, em respeito às demais candidaturas. "Não vou procurar candidatos. A ideia é uma reflexão junto ao eleitorado", disse.

Em uma carta divulgada nas redes sociais, o ex-presidente voltou a defender uma união de candidatos à Presidência contra aqueles que apostam em "soluções extremas". Sem citar Alckmin no texto, FHC disse ainda que a convergência deveria se dar em torno de quem apresentar mais chance de ganhar a eleição.

Após a publicação, o ex-presidente escreveu em seu perfil no Twitter que "quem veste o figurino" é Alckmin.

"O importante é que não podemos ir para os extremismos, os radicalismos. Nesses próximos 15 dias, teremos uma definição. A situação do Brasil é grave, o País tem pressa e não pode errar, porque quem paga a conta é o povo", disse o ex-governador.

O candidato tucano também declarou que a mensagem de FHC "era uma importante reflexão" para o atual momento político do Brasil. Alckmin reforçou que o texto não foi direcionado para ele ou outro candidato específico, mas um conselho para todos de que "o extremismo não vai ajudar o País a sair da crise".

"Não podemos ir para os radicalismos, o Brasil perde com isso. A carta é uma reflexão, pois nesses 15 dias é que vamos ter uma definição da eleição. Concordo plenamente (com a carta) porque ela não é pessoal, é uma reflexão sobre o momento político", declarou Alckmin.

Dos representantes do extremismo citado por Fernando Henrique, Alckmin reforçou as críticas ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de votos e tem ocupado o papel de anti-PT que foi do PSDB. O tucano aproveitou o desentendimento entre o economista da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, e o candidato sobre a criação de um novo imposto aos moldes da extinta CPMF e a unificação das alíquotas do Imposto de Renda para pessoa física, para atacar o adversário.

"A pessoa dizer 'olha, terceirizei o governo para o Paulo Guedes', dá nisso. Veja que absurdo, no momento que você tem carga tributária altíssima, você propor mais impostos. O rico vai levar o dinheiro para fora como aconteceu na Argentina e o imposto de renda com a alíquota única quem vai pagar é a classe média, está errado", criticou.

Na passagem rápida de Alckmin pelo Recife, ele se reuniu com famílias de pessoas com deficiência. Recebido pela deputada federal por São Paulo, Mara Gabrilli (PSDB), o presidenciável foi cobrado pelas ONGs por não ter nenhuma proposta para esse público em seu plano de governo.

"Ficamos felizes que o senhor veio nos escutar, mas eu pesquisei sobre deficiência nos programas de governo de todos os candidatos e quase não encontrei propostas de políticas públicas para os nossos filhos, no do senhor não tem nada. Gostaria de saber o que o senhor vai fazer por essa geração de invisíveis", questionou a presidente da União de Mães de Anjos - entidade que reúne as famílias das crianças com microcefalia causada pelo vírus da zika -, Germana Soares.

Alckmin respondeu prometendo que, se eleito, realizaria ações de atendimento nas áreas da saúde e assistência social a partir da criação de uma rede. O candidato também citou a fase de conclusão da vacina tetravalente contra a dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan como modelo para investir, em um eventual governo, em mais vacinas.

Alckmin vai a Salvador e ataca Bolsonaro e Haddad

Após um breve corpo a corpo no Centro Histórico de Salvador, no final da tarde desta sexta-feira, 21, Geraldo Alckmin também participou de um comício e atacou os adversários Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Além disso, o tucano afirmou que "a campanha tende a se acirrar a partir de agora".

Seguindo o tom adotado pelo prefeito de Salvador ACM Neto, que comparou Haddad a um poste que não conseguiu iluminar a capital paulista, Alckmin destacou que, se o petista não conseguiu comandar a Prefeitura da capital paulista, não conseguiria governar o Brasil.

"Vejo um candidato que quer resolver tudo a bala e o primeiro tiro que deu foi no bolso da classe média, anunciando a volta da CPMF", afirmou, em referência a Bolsonaro.

Geraldo Alckmin também culpou o governo da presidente cassada Dilma Rousseff e o PT pelo "descalabro do desemprego" e prometeu cuidar da Saúde e "enxergar quem sofre".

Estadão
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