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Pisa: apesar de avanços na educação, Brasil ocupa baixa posição em ranking

Os estudantes brasileiros ocupam os últimos lugares nos rankings de leitura, matemática e ciências em uma lista de 65 países e territórios

3 dez 2013 - 08h48
(atualizado em 4/12/2013 às 17h03)
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<p>O relatório apontou Brasil, Chile, Alemanha, Israel, Itália, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia como os países que mostraram melhoria no período analisado</p>
O relatório apontou Brasil, Chile, Alemanha, Israel, Itália, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia como os países que mostraram melhoria no período analisado
Foto: AFP

Apesar de ter conseguido uma evolução significativa nos itens avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil ainda está nas posições mais baixas do ranking. Entre os 65 países comparados, o Brasil perdeu quatro posições com relação à última divulgação, em 2009, ocupando o 58º lugar no ranking geral. No entanto, desde 2003, o Brasil conseguiu os maiores ganhos no desempenho em matemática, saindo dos 356 pontos naquele ano e chegando aos 391 pontos em 2012, segundo os dados divulgados nesta terça-feira.

A avaliação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é aplicada a jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa mede o desempenho dos estudantes em três áreas do conhecimento - leitura, matemática e ciências. 

Entre os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa etária.

"Não só a maioria dos estudantes brasileiros melhorou o desempenho, mas também o Brasil aumentou a taxa de matrículas nas escolas primárias e secundárias", informa o relatório. Segundo o texto, as taxas de escolaridade para jovens de 15 anos aumentaram de 65% em 2003 para 78% em 2012. "Muitos dos alunos que agora estão incluídos no sistema escolar vêm de comunidades rurais ou famílias socioeconomicamente desfavorecidas, de modo que a população de alunos que participaram na avaliação do Pisa 2012 é muito diferente da de 2003", destaca o documento.

Evolução do Brasil nas três áreas do conhecimento - leitura, matemática e ciências 

Brasil Pisa 2000 Pisa 2003 Pisa 2006 Pisa 2009 Pisa 2012
Matemática 334 356 370 386 391
Leitura 396 403 393 412 410
Ciencias 375 390 390 405 405
Média Geral 368 383 384 401 402

Mesmo com a evolução dos alunos em relação à matemática, o Brasil ainda está abaixo da média da OCDE, ficando no patamar de países como a Albânia, Jordânia, Argentina e Tunísia. Comparando com a América Latina, o desempenho brasileiro está abaixo do Chile, México, Uruguai e da Costa Rica. Porém, o país se saiu melhor do que a Colômbia e o Peru. A pesquisa ressalta que metade dos ganhos obtidos pelo Brasil em matemática se deve ao desenvolvimento econômico, social e cultural dos estudantes.

Apesar dos avanços, o Pisa mostra que há desafios em relação ao aprendizado de matemática. Na área, são seis os níveis de proficiência, sendo que o sexto nível é atingido apenas por 4,2% dos estudantes dos países que participaram do exame. A média brasileira atinge apenas o nível 1. Em um gráfico mais detalhado é possível observar que pouco mais de 60% dos estudantes brasileiros que participaram do exame estão no nível 1 ou abaixo dele. Pouco mais de 20% atingiram o nível 2. A porcentagem de estudantes que atingiu os níveis de 3 a 6 não chega a 20%.

Em leitura, o Brasil subiu de 396 pontos em 2000 para 410 pontos em 2012, colocando o país no mesmo patamar da Colômbia, da Tunísia e do Uruguai, abaixo da média da OCDE. Na América Latina, os estudantes brasileiros tiveram performance inferior aos colegas chilenos, costa-riquenhos e mexicanos. Mas, se saíram melhor do que os argentinos e peruanos. O estudo atribui a evolução do Brasil nesse item somente aos avanços econômicos e sociais no período.

A pesquisa mostra que 49,2% dos estudantes brasileiros conseguem, no máximo entender, a ideia geral de um texto que trate de um tema familiar ou fazer uma conexão simples entre as informações lidas e o conhecimento cotidiano. Apenas um em cada duzentos alunos atinge o nível máximo de leitura. Ou seja, cerca 0,5% dos jovens são capazes de compreender um texto desconhecido tanto na forma quanto no conteúdo e fazer uma análise elaborada a respeito.

Em ciências, o desempenho brasileiro também ficou abaixo da média, no nível da Argentina, Colômbia, Jordânia e Tunísia. O Brasil ficou, nesse item, atrás do Chile, da Costa Rica, do Uruguai e do México, mas à frente do Peru. Desde 2006, a performance brasileira saiu dos 390 pontos e chegou aos 405 em 2012. O estudo mostra que cerca da metade dessa evolução deve ser atribuída a mudanças demográficas e socioeconômicas da população.

Brasil evolui, mas segue nas últimas posições em ranking de educação
Brasil evolui, mas segue nas últimas posições em ranking de educação
Foto: Arte Terra

Pisa 2012

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) é uma avaliação realizada a cada três anos e aplicada a jovens de 15 anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em 2012, o Pisa foi aplicado a 510 mil alunos em 60 países - no Brasil, foram avaliados 19.877 estudantes de 837 escolas na rede pública ou privada de ensino. As questões do exame que teve os resultados divulgados em 2013 avaliam três áreas do conhecimento: matemática, leitura e ciências. O Brasil foi o país com maior avanço no desempenho de alunos, no entanto continua nas últimas posições do ranking. Em seu site, o Pisa fornece uma ferramenta (em inglês) para comparar os resultados de cada país. Confira na ferramenta abaixo:

Agência Brasil Agência Brasil
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