Em escolas públicas, média é de um computador para cada 10 alunos, diz pesquisa
De acordo com um levantamento feito pelo Ceptro, a maioria das instituições possuem internet, mas faltam equipamentos
89% das escolas públicas têm acesso à internet, porém, só 11% possui velocidade de conexão adequada e 29% contam com equipamentos, que somam-se a problemas regionais de cobertura.
A grande maioria das escolas públicas possuem internet, mas o que falta são equipamentos, segundo um levantamento feito pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). De acordo com os dados, divulgados nesta quinta-feira, 23, a média é de apenas uma máquina para cada 10 estudantes.
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Segundo o 'Panorama da qualidade da Internet nas escolas públicas brasileiras', atualmente, 89% das escolas públicas têm acesso à internet, porém, só 62% utilizam a ferramenta para tarefas relacionadas à aprendizagem. Além disso, somente 11% das instituições possuem a velocidade de conexão considerada adequada.
Quando o recorte é rede municipal, 29% dos professores utilizam materiais didáticos online e ambientes virtuais de aprendizagem com os alunos. O número se torna menor ainda quando comparado à rede privada, que chega a 63%.
Cerca de 79% dos professores da rede pública relataram à pesquisa TIC Educação 2022 estar lidando com um número insuficiente de equipamentos para os alunos, o que dificulta o uso das tecnologias digitais nas escolas. Em porcentagem, apenas 29% têm computadores, notebooks ou tablets.
Desigualdade por regiões
Os pesquisadores também perceberam desigualdades por regiões. No Norte e no Nordeste, a cobertura e qualidade de conexão são menores, mas algumas de suas áreas, especialmente as capitais e grandes regiões metropolitanas, têm qualidade comparável àquelas de outras regiões brasileiras.
Já, em relação ao Sul, Sudeste e Centro-Oeste demonstram maior "universalização" da cobertura de Internet: quase todas as escolas estão conectadas desde 2022.
De acordo com Paulo Kuester Neto, supervisor de projetos do NIC.br, as tecnologias atreladas à educação têm poder de ampliar desigualdades quando não tratadas como um direito.
"A análise que fizemos apontou discrepâncias de condições de acesso a recursos digitais pedagógicos em diferentes cenários. O desafio de ampliar o uso de tecnologia em sala de aula não se restringe a garantir conexão, mas em oferecer Internet de qualidade e dispositivos suficientes aos estudantes", disse.
Para chegar nos resultados, os especialistas cruzaram dados de pesquisas da NIC.br e do Censo Escolar da Educação Básica 2023.