5 ações para ir contra as estatísticas e combater a evasão escolar
Evitar o desinteresse por parte dos alunos e mostrar que a educação é a única saída são os grandes desafios. Assista ao vídeo
A educação brasileira sempre sofreu para reduzir a evasão escolar. Um estudo recente intitulado “Combate à evasão no ensino médio: desafios e oportunidades” informa que 500 mil jovens acima dos 16 anos largam os estudos anualmente. Além disso, o estudo aponta que 7 em cada 10 brasileiros concluem a última etapa da educação básica até os 19 anos, índice que deixa o Brasil atrás de países latino-americanos como a Costa Rica, Colômbia e o Chile.
Por isso, evitar o desinteresse por parte dos alunos e mostrar que a educação é a única saída são hoje grandes desafios de educadores e da direção de escolas em todo o país.
Para cumprir a missão, entretanto, é necessário planejamento e o auxílio de um time capacitado. A escola pode ser um local atrativo para crianças e jovens, desde que haja reais intenções de mudança. Pensando nisso, listei 5 passos para reduzir a evasão escolar.
1. Identificar os pontos fracos da escola
Para início de conversa, antes da tomada de qualquer decisão, é importante identificar as fragilidades da escola. Não adianta implantar medidas, sem conhecer de perto os pontos fracos e os motivos para a evasão de alunos.
Desta forma, é necessário um trabalho conjunto entre os departamentos administrativo, pedagógico e financeiro da unidade. Isso porque nem sempre as fragilidades estão no método pedagógico adotado. Por isso, comprometa-se a realizar um diagnóstico honesto e fiel à realidade, visando planos para uma mudança de cenário.
Neste ponto, é importante também conhecer a opinião e o sentimento dos alunos sobre a escola e sobre os métodos usados. Para isso, promova um bate-papo descontraído e livre de qualquer constrangimento.
2. Incentivar a interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade é um dos pilares da nova educação. Prova disso é a metodologia usada pelo Exame Nacional do Ensino Média (Enem), o qual substituiu os tradicionais vestibulares em todo o Brasil.
O processo seletivo aposta na interligação entre temas relacionados a disciplinas diferentes. Assim, é importante que as aulas sejam desenvolvidas neste sentido. O aluno deve ter uma compreensão do todo e não apenas de partes avulsas.
A escola também pode apostar em projetos interdisciplinares paralelos que envolvam toda a escola, uma espécie de releitura da conhecida e tradicional Feira de Ciências.
3. Apostar na tecnologia para reduzir a evasão escolar
Como dito anteriormente, o aluno da geração Z está inserido em outro contexto. Ele já nasceu conectado à internet e não consegue relacionar nenhum aspecto da própria vida sem ela.
O que poderia ser um ponto negativo, entretanto, pode se tornar um grande trunfo da escola, caso ela souber utilizar essa realidade a seu favor. Por isso, é essencial usar recursos tecnológicos dentro e fora da sala de aula, na tentativa de atrair a atenção do aluno para o conteúdo ministrado e até mesmo para criar uma cultura de pertencimento no ambiente escolar.
Não estamos falando aqui apenas sobre usar slides ou apresentar vídeos durante a aula. É preciso ir além e mostrar aos estudantes que é possível compreender o conteúdo tendo como meio de aprendizado a tecnologia.
4. Tratar o aluno como um indivíduo único
Nem todos os alunos aprendem e são motivados da mesma forma. Por isso, é importante que a escola ofereça as ferramentas para que todos os tipos de inteligência sejam contemplados.
O corpo docente deve compreender a individualidade do aluno e, assim, tentar chamar a sua atenção para o conteúdo ministrado em sala de aula. Lembre-se que o objetivo aqui, é tornar a escola novamente um ambiente atraente para o aluno. Mas para isso, você precisa tratá-lo como um indivíduo único.
5. Controlar a frequência dos alunos
O controle da frequência de alunos é o método mais óbvio para traçar metas na tentativa de reduzir a evasão escolar. É possível identificar os estudantes faltosos por meio das chamadas e comunicar a família sobre a ausência. Mas esta, definitivamente, não deve ser a única providência tomada pela escola.
A direção da unidade deve traçar um plano junto aos pais e alunos para entender a evasão e pensar como evitá-la. Para isso, é importante contar com um time pedagógico e psicológico capacitado. O objetivo não é e não pode ser castigar o aluno, mas sim, tratá-lo como parceiro e estabelecer uma relação de proximidade para entender pelo que ele está passando.
(*) Felipe Ferreira é CEO e cofundador da Proesc, com MBA em Engenharia de Software e Bacharel em Sistemas de Informação.