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Museu Nacional: a lição que toda empresa pode aprender com esta tragédia

6 set 2018 - 16h07
(atualizado às 17h46)
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Segundo um levantamento da ONG Contas Abertas, foram gastos R$ 98,1 mil com a manutenção do Museu Nacional até 31 de agosto deste ano. Este valor representa 18% do total previsto de R$ 550 mil que deveria ser repassado neste ano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição à qual o museu é vinculado.

Foto: DINO / DINO

A título de curiosidade, este artigo ressalta dois fatos: apenas a reforma do Maracanã para a copa de 2014 consumiu R$ 1,2 bilhão, ou seja, verba suficiente para manter o Museu Nacional por 2 séculos. E, de acordo com um levantamento feito pelo CNJ, em 2016, o salário anual de um juiz federal chegou a R$ 600 mil.

Estes são apenas dois exemplos do que representa prioridade para a gestão pública, quando um estádio de futebol, que em 2017 não teve partidas de futebol por mais da metade do ano, recebeu 218.000% a mais de verba para sua manutenção.

Mas o que mais chama atenção é que agora o governo está falando em investir R$ 10 milhões na reconstrução, ou seja, um montante equivalente a 18 anos das verbas necessárias para a manutenção do museu caso o incêndio não tivesse ocorrido.

Marco Viotti, especialista em carreira e desenvolvimento profissional, afirma que o acontecimento evidencia um aspecto sobre como são geridas as coisas no país e considera que os brasileiros devem tirar uma lição deste caso para evitar novas "tragédias" tanto no âmbito público quanto privado: "É possível traçar um paralelo entre esta tragédia e os 'incêndios' que ocorrem frequentemente em proporções diversas nas empresas."

Na visão do especialista essa falta de planejamento promove "desastres sistêmicos que ocorrem de tempos em tempos e ocupam o noticiário nacional", como no caso do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), destruído completamente pelo rompimento de uma barragem da Samarco em 2015. Segundo a Prefeitura de Mariana, o custo estimado para recuperação das áreas atingidas ultrapassa os R$ 100 milhões de reais, valor muito superior ao que seria gasto com a manutenção da barragem e o despejo correto dos rejeitos que ocasionaram o incidente.

Essa falha na gestão vai muito além do patrimônio físico das instituições e atinge também o que deveria ser considerado um ativo das empresas, que é o seu patrimônio imaterial: "No Brasil existe uma escassez de profissionais capacitados, por isso, perder um talento também pode se tornar um grande prejuízo para a empresa", avalia o especialista.

"Muitas empresas dizem que a verba disponível para desenvolvimento profissional é baixa e inclusive, em alguns casos, verificamos que só é utilizada no segundo semestre, pois antes querem ter certeza que o budget será atingido", completa Marco.

"As empresas precisam fazer um planejamento de longo prazo e não apenas olhar para o bottom line do Budget deste ano. Quando a empresa decide não investir na manutenção de um edifício, certamente terá problemas à frente. O mesmo ocorre quando não investe no colaborador e o acaba perdendo para a concorrência. Quando isso ocorre a empresa terá que trabalhar dobrado para manter a equipe motivada e rendendo. Além disso, ao encontrar um novo colaborador vai gastar com a sua contratação, deverá treiná-lo e não terá só o investimento do treinamento formal, mas a dedicação de horas e horas de outros colaboradores ensinando a parte técnica, comportamental e cultural da empresa", explica Marco Viotti.

"Depois que o funcionário vai embora, por conta própria ou é demitido pelo desempenho, a empresa tem um gasto mensurável e imensurável muito maior", complementa.

Na visão do especialista, são diversos os fatores que deveriam ser avaliados pela empresa quando se decide investir ou não investir no desenvolvimento da equipe. O especialista ainda lembrou que a empresa corre o risco de errar na contratação e ter que fazer todo o processo de novo.

Como no caso do Museu Nacional, o investimento para manutenção é muito menor do que o custo para a reconstrução. As empresas que planejam e priorizam corretamente onde alocarão seus investimentos são as que estarão fortes no mercado nos próximos anos.

Marco Viotti é sócio proprietário da Winside Desenvolvimento Pessoal e Profissional. É Coach Executivo pela Marshall Goldsmith Stakeholder Centered Coaching, única metodologia que garante o resultado de forma mensurável e com mais de 11.000 líderes treinados pelo mundo.  

Website: http://www.marcoviotti.com.br

DINO Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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