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Dinamarca irá taxar gás metano emitido por gado

A medida, se aprovada no Parlamento, passará a valer em 2030 e visa a neutralização de emissões poluentes

10 jul 2024 - 21h55
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A Dinamarca, conhecida por ser progressiva em questões ambientais, adotou uma estratégia controversa para combater as mudanças climáticas. A partir de 2030, o país escandinavo começará a taxar as emissões de metano dos rebanhos bovinos e suínos. Esta decisão faz parte de um compromisso maior do país de neutralizar suas emissões de poluentes até 2045, estabelecendo uma nova taxa ambiental rigorosa.

A taxa será revertida em investimentos na sustentabilidade agrícola
A taxa será revertida em investimentos na sustentabilidade agrícola
Foto: Canva / Perfil Brasil

Este novo sistema tributário aplicará um valor inicial de 300 coroas dinamarquesas (aproximadamente R$ 239) por tonelada equivalente de CO2 emitido pela flatulência dos animais. Esta taxa está programada para aumentar para 750 coroas (cerca de R$ 554) em 2035, marcando uma medida significativa na política ambiental do país.

O plano, que ainda será formalmente aprovado pelo Parlamento da Dinamarca, foi desenvolvido após um acordo em junho deste ano entre o governo, partidos da oposição e representantes dos agricultores, indústrias e sindicatos. O esquema tem como objetivo realinhar a agricultura do país com práticas sustentáveis, mas nem todos os envolvidos estão satisfeitos com as mudanças.

A Associação Dinamarquesa para a Agricultura Sustentável criticou a medida, denominando-a em nota oficial de "inútil" e expressando preocupações sobre as possíveis consequências negativas para o abastecimento alimentar e a economia local. Peter Kiaer, presidente da associação, comparou a situação com a tentativa abandonada pela Nova Zelândia, que se viu obrigada a recuar de medida semelhante após forte oposição dos pecuaristas.

"Como agricultor, fico desconfortável porque participamos de uma experiência incerta que pode ameaçar a segurança do abastecimento alimentar", afirmou Kiaer.

Benefícios e reinvestimentos ambientais esperados pela Dinamarca

Apesar das críticas, há otimismo quanto ao potencial impacto positivo do imposto. A tributação das emissões de metano é vista por alguns como um passo necessário para promover uma mudança significativa na indústria agrícola dinamarquesa. "O acordo incentiva a agricultura dinamarquesa a continuar como país produtor de carne mais intensivo do mundo", disse Christian Fromberg, especialista em agricultura do Greenpeace em entrevista à agência France Press.

Além disso, as receitas geradas pelo imposto serão integralmente reinvestidas na transição ecológica da agricultura do país, financiando inovações e melhorias que possam reduzir a pegada de carbono do setor. A agricultura é um dos maiores setores da Dinamarca, tendo mais de 60% das terras do país para si.

Paralelamente, o governo propôs uma redução de impostos sob o agronegócio de 60% para suavizar o impacto financeiro sobre os agricultores. Com estas medidas de apoio, espera-se que a implementação do imposto seja mais aceitável pelos produtores e possa realmente contribuir para a sustentabilidade ambiental da Dinamarca.

Perfil Brasil
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