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Derrota no IOF evidencia desgaste de Lula com base aliada no Congresso

26 jun 2025 - 11h15
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O Congresso aplicou um revés significativo ao governo federal ao aprovar, nesta quarta-feira (25), o projeto que revoga o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida refletiu a insatisfação de diversos parlamentares em relação ao Palácio do Planalto.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Perfil Brasil

A sessão marcou derrota clara: 383 votos contrários ao aumento e apenas 98 a favor na Câmara, demonstrando força da oposição - inclusive de legendas que ocupam ministérios na gestão petista. No Senado, a aprovação ocorreu de forma "simbólica", sem registro individual dos votos.

O que motivou a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso?

A articulação do Executivo foi surpreendida. Aliados esperavam que o presidente da Câmara, Hugo Motta, postergasse a votação por mais uma semana. Já o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias, só tomou conhecimento do resultado pelas redes sociais.

A escolha do relator Coronel Chrisóstomo, perfil bolsonarista do PL, intensificou o clima de provocação ao governo.

Durante o dia, partidos da base reconheceram a dificuldade de reverter o placar, especialmente com muitos deputados ausentes em razão da sessão semipresencial e das comemorações juninas.

Com o insucesso, o governo admite que um novo contingenciamento orçamentário de R$ 12 bilhões se torna inevitável - com cortes previstos em saúde, educação e emendas parlamentares, que podem totalizar cerca de R$ 3 bilhões.

A tensão com o Congresso não se limita ao IOF. Há percepções de que o Executivo tenta pintar o Legislativo como vilão — especialmente após vetos presidenciais ligados ao marco das eólicas offshore, que podem influenciar a conta de luz.

Parte dos votos contrários veio de sete senadores e 63 deputados do PT, o que demonstra fissuras na base de apoio. O governo se comprometeu recentemente a garantir gratuidade na energia para 60 milhões de pessoas de baixa renda — mas isso não impediu a reação no Parlamento.

Fernando Haddad, antes reconhecido por sua habilidade política, também se tornou alvo de críticas por suas declarações sobre o ritmo das votações no Congresso e sobre a proposta de ampliar o número de deputados — apontando para o impacto nos gastos públicos.

Pressões também recaem sobre Hugo Motta, que enfrenta exigências do Centrão e da oposição para se posicionar com mais clareza. O grupo busca distância do Planalto e teme que Motta adote postura neutra demais.

Outro ponto de tensão são os atrasos no pagamento das emendas parlamentares, sobretudo as destinadas à saúde. Parlamentares reclamam que recursos de 2023 e 2024 ainda não foram liberados. Exigências do STF relativas à transparência dessas emendas também pesam sobre o Executivo.

Entre janeiro e 15 de junho, o governo liquidou R$ 6,3 bilhões em emendas, valor que subiu para R$ 6,5 bilhões após a aprovação da urgência da derrubada do IOF. No dia 18, chegou a R$ 6,6 bilhões e, até domingo (22), alcançou R$ 6,9 bilhões.

Mesmo diante das derrotas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve o tom combativo em evento nesta quarta-feira, reforçando a narrativa de "nós contra eles".

Perfil Brasil
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