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Coronavírus

SP estima que até mais 8 mil podem morrer de covid em julho

Projeção feita pela Secretaria Estadual da Saúde foi divulgada nesta quinta-feira, prevendo que número de casos devem chegar a 470 mil

2 jul 2020 - 13h23
(atualizado às 13h29)
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O governo de São Paulo divulgou novas projeções sobre a evolução do coronavírus no Estado para o mês de julho, após terminar junho com 15.030 mortes confirmadas pela doença. Até o próximo dia 31, a previsão é que entre 3.000 e 8.000 pessoas ainda devam morrer por causa da covid-19, fechando o mês entre 18 mil e 23 mil mortes. Já o total de infecções pela doença deve ficar entre 355 mil e 470 mil, segundo informou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

José Henrique Germann, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
José Henrique Germann, secretário estadual da Saúde de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo de SP / Estadão Conteúdo

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, mais 321 pessoas morreram por covid-19 no Estado de São Paulo nas últimas 24 horas. O total de mortes no Estado foi para 15.351. Ao todo, há 302.179 pessoas infectadas com a covid-19 no Estado. Nas últimas 24 horas, mais 12.244 pessoas receberam diagnóstico de confirmação da doença.

No mês de junho, a previsão era que as mortes poderiam ficar entre 15 mil e 18 mil. O total de novos casos pela doença seria o recorde de casos, caso o dia 19 de junho não tivesse registrado 19 mil casos, após uma falha de sistemas ter deixado de registrar os casos por três dias.

A apresentação dos dados foi feita em entrevista coletiva. O infectologista Paulo Latufo, da Universidade de São Paulo (USP), convidado para participar do evento, apresentou dados da cidade, citando como fonte a revista Financial Times, dizendo que o total de mortes naturais na cidade cresceu 35% no período da pandemia, na comparação com os anos anteriores.

"Quando temos uma pandemia, temos uma parte da mortalidade que é devido tanto a pessoas com doenças crônicas como também aquelas que não conseguem ter o atendimento. Aqui, nós estamos vendo e pegando março até junho, nós tivemos 40% a mais de mortes no município de SP em relação às mortes naturais. Quando vamos ver o conjunto das mortes naturais, vamos ver que 77% foi devido à covid-19 e o restante por outras causas", disse Latufo.

O secretário executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, comentou os dados dizendo que "essa comparação de óbitos derruba algumas teses que foram consideradas durante a epidemia. O fato de ele mostrar que, independente do que foi colocado no atestado de óbitos, o número de pessoas que faleceu é muito superior do que o dos anos anteriores. Isto derruba a tese criada, de forma muito maldosa, de que os médicos e os gestores poderiam estar fraudando o sistema, colocando diagnóstico de covid onde não existia, para poder inflar os números".

Estadão
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