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Coronavírus

Papa propõe renda universal para trabalhadores precários

Francisco enviou carta para movimentos sociais e populares. O pontífice defendeu também o perdão de dívidas de países pobres

12 abr 2020 - 12h56
(atualizado às 13h29)
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Papa Francisco durante missa de Páscoa no Vaticano
Papa Francisco durante missa de Páscoa no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa

Em uma carta enviada a movimentos sociais, o papa Francisco propõe a criação de uma renda mínima universal para trabalhadores precários, autônomos e informais.

O conteúdo do documento foi publicado pelo site do jornal católico italiano Avvenire neste domingo (12), poucas horas após o Pontífice ter defendido o perdão das dívidas dos países pobres em sua bênção de Páscoa.

"Vocês, trabalhadores precários, independentes, do setor informal ou da economia popular, não têm um salário estável para resistir a este momento. A quarentena é insuportável para vocês. Talvez tenha chegado o momento de pensar em uma forma de renda universal de base que reconheça e dê dignidade aos nobres e insubstituíveis trabalhos que vocês desenvolvem", escreve o Papa.

Segundo Francisco, é preciso criar um salário que seja capaz de "garantir e cumprir aquele slogan tão humano e cristão: nenhum trabalhador sem direitos". Na carta, Jorge Bergoglio diz que os movimentos sociais são encarados com desconfiança porque "reivindicam seus direitos, em vez de resignar-se a esperar para pegar algumas migalhas que caem da mesa de quem detém o poder econômico".

"Vocês são, para mim, verdadeiros 'poetas sociais' que, das periferias esquecidas, criam soluções dignas para os problemas mais graves dos excluídos", acrescenta. Para o Papa, os movimentos sociais e populares são um "exército invisível que combate nas trincheiras mais perigosas".

Bergoglio finaliza a carta dizendo que é preciso promover um desenvolvimento humano integral que garanta protagonismo a todos e acesso universal a "terra, teto e trabalho".

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Ansa - Brasil   
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