PUBLICIDADE

Coronavírus

Maia: ajuda do governo para empresas "não vai resolver nada"

Para Maia, o governo precisa pensar logo em medidas para empresas que estão fora de faixa de faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões

27 mar 2020 - 14h41
(atualizado às 15h04)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira, 27, que a linha de crédito emergencial anunciada pelo governo para pequenas e médias empresas pagarem os salários por dois meses "não é ruim", mas é "tímida" e "não vai resolver nada". Segundo Maia, ainda faltam medidas voltadas para outros setores da sociedade.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante sessão no plenário da Câmara, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante sessão no plenário da Câmara, em Brasília
Foto: Dida Sampaio / Estadão

O programa de crédito, divulgado mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai disponibilizar no máximo R$ 20 bilhões por mês, num período de dois meses.

O objetivo é aliviar a pressão financeira sobre as empresas durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.

"Acho que essa [decisão] do financiamento, que eu não acho ruim, porque, pela informação que eu tenho, a taxa de captação é a mesma do empréstimo. [Tem] uma carência, um prazo para pagar, [e] a garantia majoritária do governo, ainda é tímida — 20 bilhões por mês — não vai resolver nada", afirmou Maia a um grupo de empresários do grupo Lide, em evento realizado por videoconferência.

A linha de crédito anunciada é voltada para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. Para Maia, o governo precisa pensar logo em medidas destinadas também a empresas que estão fora dessa faixa de faturamento.

"Como é que faz com o resto? Porque tem empresas maiores, que também vão ter dificuldade. Tem microempresas que ficaram de fora", afirmou.

Feito no Palácio do Planalto, o anúncio do pacote ocorre após o aumento da pressão sobre Bolsonaro para que adote medidas semelhantes às vistas em outros países para facilitar medidas como o isolamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir a disseminação do novo coronavírus.

Bolsonaro tem dado declarações diminuindo os riscos da covid-19 e defendendo a redução das restrições ao movimento de pessoas e a volta ao trabalho devido aos prejuízos econômicos das medidas de isolamento. No entanto, o isolamento social é recomendado pela OMS para evitar a propagação do vírus quando não se sabe mais a origem da infecção, estágio que está no Brasil.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade