PUBLICIDADE

Coronavírus

Guedes: Economia deve ter de 4 a 5 anos de crescimento forte

Para o ministro, apenas os 'negacionistas' ignoram a retomada rápida, na forma gráfica de 'V'

3 dez 2020 - 20h33
(atualizado às 20h39)
Compartilhar
Exibir comentários

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 3, que a atualização de marcos regulatórios, como os de saneamento e do gás, junto com o avanço da agenda de reformas, vai abrir uma nova fase de crescimento da economia brasileira baseado em investimento.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de cerimônia no Palácio do Itamaraty em Brasília
20/10/2020
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de cerimônia no Palácio do Itamaraty em Brasília 20/10/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A economia deve pegar uma sequência de quatro a cinco anos de crescimento forte", disse Guedes ao participar de um encontro promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O ministro projetou que, após a queda de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para este ano, o País deve crescer entre 3,5% e 4% em 2021, mas ainda numa retomada de natureza cíclica, em que o crescimento se dá com a reutilização de capacidades que ficaram ociosas após o choque da pandemia.

Para ele, apenas os "negacionistas" ignoram a retomada rápida, na forma gráfica de "V", da economia brasileira após o choque da pandemia da covid-19. "Temos bons sinais de volta em 'V'. Só os negacionistas refutam a evidência empírica de que a economia voltou em 'V'. Quem tem familiaridade com números e dados entende que voltou em 'V'"

Em "V" significa que a retomada é no mesmo ritmo acelerado da queda. O crescimento de 7,7% do PIB no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores se segue ao recuo de 1,5% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2019 e ao tombo, também recorde, de 9,6% no segundo trimestre.

O resultado divulgado nesta quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio abaixo das estimativas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, de 8,80%.O Ministério da Economia projetava expansão de 8,3% no terceiro trimestre em relação ao período anterior.

"O sinal mais importante é de que a economia está voltando. Não há frustração. A informação objetiva que sai disso daí é que o Brasil está crescendo forte", afirmou o ministro. Ele disse que a recuperação da economia está sendo generalizada, destacando o desempenho da indústria e dos investimentos no terceiro trimestre.

Segundo Guedes, a revisão para cima dos resultados dos trimestres anteriores levou a uma base maior, que explica o resultado abaixo do esperado no período de julho a setembro. O ministro também citou as revisões do PIB ao dizer que ficou comprovado que a economia cresceu mais no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro do que nos dois anos anteriores, no governo de Michel Temer.

"No primeiro ano, a economia cresceu mais do que em cada um dos últimos dois anos do governo anterior", defendeu Guedes, lembrando que o começo do mandato também foi afetado pelos impactos na economia decorrentes da tragédia de Brumadinho e da crise da Argentina.

Guedes disse que o PIB caminha para fechar o ano com queda de 4,5%. Ainda que menor do que as primeiras projeções, feitas quando a covid-19 se abateu sobre a economia, se confirmada, será a maior queda anual da história - a mais intensa até hoje foi registrada em 1990 (-4,35%), na série histórica iniciada em 1901.

O ministro sustentou que o País vive uma recuperação "cíclica", que deve levar o Brasil a crescer entre 3,5% a 4% em 2021. Segundo ele, a recuperação cíclica deve gradualmente dar lugar a uma retomada sustentável, à base de investimentos, na sequência das atualizações que estão sendo feitas em marcos regulatórios em setores como saneamento e gás. "Vamos transformar o empurrão em consumo numa retomada de crescimento à base de investimentos", salientou Guedes.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade