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Coronavírus

Cães e gatos podem ter vírus, mas não transmitem covid

Em fase preliminar, pesquisa da PUC-PR demonstrou que, quando em contato com tutores positivados, a maioria (85,5%) dos animais apresenta teste negativo

19 out 2021 - 03h34
(atualizado às 07h28)
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Os cães e gatos domésticos podem até apresentar o coronavírus nas vias aéreas, porém, não desenvolvem nem transmitem a covid, conforme estudo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). A pesquisa aponta que, quando em contato com tutores positivados, a maioria (85,5%) dos animais apresenta resultado negativo ao ser testado, 10,6% têm exames moleculares positivos para SARS-CoV-2, mas não manifestam sintomas.

Animais não transmitem a covid-19
Animais não transmitem a covid-19
Foto: Prefeitura do Rio/Subvisa/Nelson Duarte

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores coletaram amostras de 55 animais que estiverem em contato com pessoas infectadas. Foram, no total, 45 cães e dez gatos submetidos a testes do tipo PCR (aqueles com base no RNA do vírus). Ainda em fase preliminar, o estudo busca compreender a suscetibilidade do cão e do gato domésticos ao vírus e verificar o papel deles no ciclo epidemiológico do coronavírus.

"Possivelmente, os cães e gatos têm menos receptores para o capsídeo viral (camada de proteínas que envolve o vírus), o que impede a penetração ativa de grande carga parasitária viral em suas células", explica o médico veterinário Marconi Rodrigues de Farias, um dos responsáveis pelo estudo. O professor da PUC-PR afirma que, como o vírus tem baixa taxa de replicação no organismo dos animais domésticos, esses não contribuem para a disseminação do coronavírus. "Até o momento, pode-se afirmar que eles têm baixo potencial no ciclo epidemiológico da doença."

Farias, no entanto, avalia que o cenário pode mudar em caso de mutação do vírus. "Isso pode acontecer. Aí, o cão e o gato passariam a replicar o vírus. Pode acontecer no futuro", diz. Controlar a doença e vacinar em massa a população, na visão dele, são boas medidas preventivas para evitar que novas cepas surjam.

Em uma nova etapa, os pesquisadores pretendem avaliar se o cão e o gato têm anticorpos contra o vírus. Os dados deverão ser concluídos entre novembro e dezembro deste ano. O trabalho conta com recursos da PUC-PR e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)./COM AGÊNCIA BRASIL

Estadão
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