PUBLICIDADE

Confiança parcial em vacinas deixa pessoas vulneráveis, mostra estudo global

19 jun 2019 - 11h47
Compartilhar
Exibir comentários

Por Kate Kelland, correspondente de Saúde e Ciência

Vacinação contra vírus Ebola em Kirembo, na República Democrática do Congo
16/06/2019
REUTERS/James Akena
Vacinação contra vírus Ebola em Kirembo, na República Democrática do Congo 16/06/2019 REUTERS/James Akena
Foto: Reuters

LONDRES, 19 Jun (Reuters) - A confiança em vacinas, um dos produtos de saúde mais eficientes e amplamente usados do mundo, é maior em países mais pobres e menor nos ricos, onde o ceticismo vem causando a persistência de surtos de doenças como o sarampo, mostrou um estudo global nesta quarta-feira.

A França, onde um terço das pessoas acredita que as vacinas não são confiáveis, é o país mais desconfiado da segurança e da eficiência, segundo o estudo.

Embora a maioria dos pais opte por vacinar os filhos, níveis variados de confiança apontam vulnerabilidades a possíveis surtos de doenças em alguns países, disseram os autores do estudo, recomendando aos cientistas que façam com que as pessoas tenham acesso a informações robustas daqueles em quem confiam.

Especialistas em saúde pública e a Organização Mundial de Saúde (OMS) dizem que as vacinas salvam até 3 milhões de vidas em todo o mundo a cada ano e que décadas de indícios de pesquisas apontaram continuamente que elas são seguras e eficazes.

Mas para se alcançar o "efeito rebanho" que protegeria populações inteiras, normalmente as taxas de imunização precisam estar acima de 90% ou 95%, e a desconfiança nas vacinas pode reduzir rapidamente essa proteção.

"Ao longo do último século, as vacinas transformaram muitas doenças infecciosas devastadoras em uma lembrança distante", disse Charlie Weller, chefe de vacinas da instituição de caridade Wellcome Trust e coautor do estudo

Wellcome Global Monitor.

"É animador que quase todos os pais do mundo estejam vacinando os filhos. Entretanto, há bolsões de confiança mais baixa nas vacinas em todo o mundo".

A disseminação do sarampo, que inclui grandes surtos nos Estados Unidos, Filipinas e Ucrânia, é só um dos riscos de saúde ligados a uma confiança menor nas vacinas.

No Afeganistão e no Paquistão, rumores falsos segundo os quais as vacinas contra pólio seriam parte de um complô ocidental prejudicaram esforços globais para extirpar a doença paralisante nos últimos anos.

O estudo, conduzido pela Wellcome e pelo instituto de pesquisas Gallup, cobriu mais de 140 mil pessoas de mais de 140 nações.

Ele revelou que 6% dos pais de todo o globo, o equivalente a 188 milhões de pessoas, dizem que seus filhos não são vacinados. Os índices mais altos estão na China (9%), Áustria (8%) e Japão (7%).

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade