Saiba o que é e como empreender na Onda Verde
Da lógica extrativista à de regeneração, estudo mapeia oportunidades para investir com impacto ambiental positivo no Brasil.
Há um movimento global, liderado sobretudo pela China e União Europeia, de transição consistente para uma economia verde pautada por compromissos ousados em direção à descarbonização. Neste cenário, o potencial do Brasil de ser um dos protagonistas dessa mobilização permanece, em grande parte, inexplorado. Para ampliar a compreensão da temática e produzir evidências que qualificam o debate nacional, a Climate Ventures e a Pipe.Labo - com a parceria estratégica da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, apoio do Fundo Vale, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Humanize, Cargill e Fundo Vale - desenvolveram o estudo A onda verde: oportunidades para empreender e investir com impacto ambiental positivo no Brasil.
O levantamento - resultado da inteligência coletiva de especialistas e atores-chave da agenda ambiental do Brasil - consolida os principais desafios que o país enfrenta na temática, trazendo a proposta de fomentar a reflexão e convidar empreendedores, grandes empresas, investidores e governos a protagonizar uma transformação sistêmica na relação entre negócios, pessoas e meio ambiente. O resultado da pesquisa é uma matriz que sintetiza 30 oportunidades de negócios em sete setores-chave para a agenda ambiental brasileira.
Da lógica extrativista à de regeneração, o levantamento aponta como os negócios de impacto e a consolidação de uma nova economia ambiental podem endereçar os desafios contemporâneos.
Cada ator tem um papel
O estudo traz a recomendação que diferentes atores do ecossistema de impacto leiam a matriz de oportunidades à luz do papel que desempenham. Ou seja, para empreendedores, o estudo aponta um mapeamento; para grandes empresas, que pretendem se conectar e endereçar desafios ambientais prioritários no país, ele serve como guia para entender como o próprio negócio pode se conectar com a agenda.
Para investidores, que estão estruturando uma tese de atuação - ou que já possuem estratégia definida -, entrega um norte de atuação em sintonia com os principais desafios ambientais do país; para gestores públicos, o estudo indica que as oportunidades detectadas podem criar ou fortalecer ambientes favoráveis ao protagonismo dos negócios nas soluções para os desafios. Por último, para organizações intermediárias, o mapeamento defende o desenvolvimento de um ecossistema de apoio efetivo a empreendedores de impacto. Essa visão macro também serve à conexão de atores distintos para fortalecer cadeias específicas de impacto.
Segundo Daniel Contrucci, cofundador da Climate Ventures e um dos coordenadores do estudo A onda verde, o mapeamento conduziu 17 entrevistas em profundidade com especialistas e consultou mais de 80 atores do ecossistema, com o objetivo de mapear as possibilidades para empreender e investir na economia verde.
"Os mercados globais estão se reinventando, e o Brasil possui um diferencial competitivo único, sendo um país com grande biodiversidade, uma das maiores áreas cultiváveis e uma das sociedades mais empreendedoras do mundo", afirma Contrucci. De acordo com o executivo, "temos todos os ingredientes para construir um futuro próspero e sustentável, gerando empregos e desenvolvimento para dezenas de milhões de famílias."
De acordo com Livia Hollerbach, uma das coordenadoras do mapeamento,
"o estudo nasceu de uma forte inquietação de dar luz a um novo modelo econômico emergente, oportuno e urgente para enfrentar os principais desafios ambientais que vivemos não como Brasil apenas, mas como humanidade", explica a executiva, cofundadora e COO da Pipe.Labo.
A íntegra do estudo pode ser acessada no site: www.aondaverde.com.br