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Prepare-se para ver duas superluas

Duas superluas estão para nascer! Saiba tudo sobre estas luas especiais e como observar as superluas de 27 de abril e 26 de maio de 2021

21 abr 2021 - 03h16
(atualizado em 24/4/2021 às 13h04)
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Foto: São Tomé das Letras (MG), por pousada Arco-íris 

A sua foto pode ser capa das matérias do site da Climatempo! #fotografeotempo e envie para nós!

por Marcos Calil

Basear algumas atividades nas mudanças da Lua e dar nomes para algumas Luas é uma prática muito antiga na história da humanidade. Muito se fala sobre o evento da Superlua, mas poucos sabem os motivos e o que é realmente uma Superlua. 

Neste novo post, o professor Marcos Calil pesquisou detalhes especiais para explicar tudo sobre estas luas especiais e como observar as Superluas de 27 de abril e 26 de maio de 2021. Aprenda aqui e prepare-se para ver as luonas!

Nomes das Luas

Por séculos e séculos, diversos povos espalhados pelo mundo atribuem nomes para as diferentes fases da Lua. Não são apenas as quatro principais fases da Lua - Nova, Quarto Crescente, Cheia e Quarto Minguante - que recebem nomes especiais. Existe a Lua Pascoal, a Blue Moon, Lua do Caçador, Lua do Lobo e, assim vai até onde a imaginação humana permitir. 

Associar os meses do ano com nomes atribuídos para a Lua ou coincidências de determinados fenômenos astronômicos com a Lua é, praticamente, uma tradição humana. É o caso da chamada Superlua. Mas é preciso entender que, assim como a Superlua, a maioria desses nomes associados à Lua não são reconhecidos pela União Astronômica Internacional. Mas, de qualquer forma, a Superlua e outros fenômenos lunares atraem a atenção de muitas pessoas pela sua beleza.

Qual a origem do termo Superlua? 

Em 1979, o astrólogo Richard Nolle, descreveu o primeiro conceito sobre Superlua na revista americana Dell Hoscope. Como ele mesmo descreve no seu site "claramente, existe muita confusão sobre o que é realmente uma Superlua".

Em grande parte do seu texto, Nolle associa a ocorrência da Superlua com previsões de fenômenos catastróficos ocorridos na Terra. Porém, por aqui, vamos deixar de lado todas as previsões astrológicas realizadas por Nolle, além de todas as polêmicas que existem entre astrônomos e astrólogos.

Vamos considerar apenas o embasamento das definições referentes à Superlua que Nolle propôs e colocar uma pitada astronômica, tendo como base o astrofísico Fred Espenak, que é referência na área de astronomia, principalmente quando o assunto é informações sobre Eclipses.

Vamos aprender um pouco da história da Superlua para apreciarmos ainda melhor  esse evento. 

Definição de Nolle sobre Superlua

De acordo com Nolle, uma Superlua ocorre quando:

Uma Lua Nova ou Cheia se localiza próxima (dentro de 90%) do perigeu da órbita da Terra. 

Resumidamente, Terra, Lua e Sol estão todos alinhados, tendo a Lua o mais próximo da Terra. Para qualquer Lua Nova ou Lua Cheia, Terra e Lua e Sol estão todos em uma linha: Terra está no meio do alinhamento da Lua Cheia, enquanto a Lua Nova ocorre com a Lua no meio. A união deste alinhamento é tecnicamente denominada de sizígia.

Em linguagem astronômica, o que Nolle quer dizer pode ser compreendido pela explicação do astrônomo Fred Espenak:

A Lua orbita a Terra em uma órbita elíptica, com uma excentricidade média de 0,0549. Como resultado, a Lua se distancia da Terra (de centro a centro) com valores médios que variam entre 363 396 km no perigeu (mais próximo) e 405 504 km no apogeu (mais afastado).

O que é excentricidade?

Foto: Climatempo

O que é excentricidade da elipse

Entenda  a excentricidade da órbita da Lua

Nada melhor do que uma figura para ajudar a visualizar as palavras e entender melhor a explicação astronômica.

A figura 1 mostra a excentricidade da órbita da Lua, a menor e a maior distância Terra-Lua para os dias 27 de abril e 11 de maio (respectivamente), além da Lua e da Terra.

Foto: Climatempo

Figura 1. Perigeu e Apogeu da Lua para os dias 27 de abril de 2021 e 11 de maio de 2021, respectivamente.

Perceba que a órbita da Lua não é uma circunferência perfeita. Ela possui um leve achatamento. Essa figura achata é chamada de elipse. Toda a elipse possui uma excentricidade diferente de 0, pois quando a elipse possui uma excentricidade igual a 0, na verdade ela é definida como circunferência. 

O caminho da Lua ao redor da Terra é a órbita da Lua e o desenho que representa este movimento é de uma elipse. Se é uma elipse, então tem uma excentricidade.

No caso da órbita lunar, a excentricidade é igual a 0,0549, como disse Espenak. Além disso, repare que a Terra não está no centro da elipse, mas sim um pouco afastada dele. Temos então dois elementos importantes para a ocorrência dos momentos em que a Lua se encontra mais afastada ou mais próxima da Terra.

Quando a Lua está mais próxima da Terra, dizemos que ela está no Perigeu e, quando a Lua está mais afastada da Terra, dizemos que ela está no Apogeu.

Definição de Espenak para a Superlua

Agora que já entendemos o que é apogeu e perigeu  podemos prosseguir na definição referente a Superlua de Espenak.

Quando ocorre a fase da Lua Cheia próxima do perigeu (dentro de 90% mais próxima da órbita da Terra), a Lua adquire o maior diâmetro aparente quando observada da Terra e aparenta ter um brilho acima da média.  Para este fenômeno, tecnicamente nos referimos como um perigeu sizígia, que é comumente conhecido como a Superlua.

Usando a definição acima e aplicando para o apogeu e perigeu médio da Lua, resulta em uma distância limite média de 367 607 km para a Superlua.

A definição do astrônomo Espenak concorda com a do astrólogo Nolle quanto à definição da Superlua e a questão da sizígia. 

O termo sizígia se refere ao alinhamento de três corpos celestes pertencentes ao mesmo sistema gravitacional formando uma configuração retilínea.

Mas, o que chama a atenção é a questão dos 90%. Nolle amplia as possibilidades de ocorrências de Superluas, quando diz que "uma Lua Nova ou Cheia se localiza próxima (dentro de 90%) do perigeu da órbita da Terra". Isso porque, ocorrer o perfeito momento da ocorrência da Lua Cheia ou Lua Nova, no exato momento do apogeu é algo raríssimo. 

De acordo com a própria tabela publicada por Nolle, tomando como base as definições expostas, as Superluas de 2021 irão ocorrer em: 27 de abril; 26 de maio; 04 de novembro e; 04 de dezembro. Em especial, as Superluas de 26 de maio e 04 de dezembro irão coincidir com os Eclipses Lunares e Solares, respectivamente.

Espenak detalha um pouco mais os dados de Nolle. As próximas Superluas expostas por Nolle vão ocorrer em 27 de abril e em 26 de maio.

A tabela 1 contém algumas informações importantes apresentadas por Espenak.

Foto: Climatempo

Tabela 1. Dados observacionais  de Fred Espenak para as.Superluas de abril e maio de 2021

Superlua ao amanhecer

De acordo com a tabela 1, podemos perceber que a Superlua de 27 de abril terá uma diferença horária entre a ocorrência da Lua Cheia e a ocorrência do Perigeu de 12 horas e 07 minutos. Esse cálculo não consta na tabela de Espenak, mas nos serve para entendermos que o melhor momento de observação da Superlua para 27 de abril ocorrerá durante o amanhecer. Sendo assim, no momento que o Sol estiver nascendo a Lua irá se pôr no horizonte oeste. Vale muito observar o ocaso (pôr da Lua) da Lua poucos instantes antes do nascer do Sol. Será um belo espetáculo.

Superlua ao anoitecer

Para a Superlua de 26 de maio, teremos uma diferença horária que contribui a contemplação durante o anoitecer. Ou seja, poucos instantes antes do ocaso (põr do Sol)  do Sol, vale ficar atento para o horizonte oeste e esperar um belíssimo nascer da Lua.

Ainda assim, vale contemplar o nascer da Lua no dia 27 de abril e o ocaso da Lua no dia 26 de maio, pois a diferença não ficará abaixo dos 90% exposto por Nolle. Então, será possível observar o evento da Superlua tanto no amanhecer como no anoitecer.

Não perca a contemplação da Lua desses momentos belíssimos que a Astronomia Observacional nos oferecerá e bons céus!

Fontes:

Foto: Climatempo

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