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Clima e recuperação da economia pós-covid: o que têm a ver?

Saída inteligente para a crise leva em conta questões ambientais e sociais. Solução está diretamente ligada a mais empregos e qualidade de vida para todos.

13 jul 2020 - 10h02
(atualizado às 13h05)
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Nesta terça-feira (14/7) ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central vão divulgar uma carta com sugestões de caminhos para retomada econômica depois da pandemia, considerando aspectos ambientais e sociais. Economistas como Armínio Fraga, Eduardo Guardia, Henrique Meirelles, Ilan Goldfajn, Joaquim Levy, Maílson da Nóbrega, Pérsio Arida, Gustavo Loyola e Rubens Ricupero estão entre os que assinam o documento. Mas você sabe qual a relação entre meio ambiente, recuperação da economia e consequente geração de empregos no país?

Economia junto com proteção ambiental

Para responder à pergunta primeiro a gente precisa deixar claro que, ao contrário do que muita gente faz parecer, economia e meio ambiente não precisam ser assuntos antagônicos. É verdade que alguns governos já tomaram decisões que ignoram as questões ambientais, mas essa não é uma escolha que se sustenta, especialmente a longo prazo (saiba o que é sustentabilidade). Além do fato de que os recursos não renováveis - como o ferro, petróleo e o carvão, por exemplo - simplesmente vão se esgotar, o mercado internacional está cada vez mais atento às mudanças climáticas. E todo mundo sabe que o Brasil é muito importante para o equilíbrio do clima do planeta. A Amazônia, por exemplo, é uma das maiores reservas de carbono da Terra e produz quantidades de água que influenciam nas chuvas de toda a América do Sul. 

Investimento e risco climático

Quem ainda pensa em investir em negócios que não levam em conta o risco climático vai ser cada vez mais cobrado a mudar de postura. Muitos investidores estrangeiros, especialmente da Europa, mas não só, não querem mais colocar dinheiro em países cujas políticas não protejam o meio ambiente. Esse é um movimento global e o Brasil precisa mostrar que também se importa. Mesmo antes da pandemia, o país já vinha afastando investimentos por falta de fiscalização e mudanças na legislação ambiental, além do aumento do desmatamento e queimadas na Amazônia, fatos muito mal vistos lá fora.

Geração de empregos e meio ambiente

E o que isso tem a ver com a geração de empregos? Tudo. Quando o país atrai investidores, a economia cresce, o que significa que ele passa a ter condições de oferecer mais postos de trabalho, com salários melhores. Os governos que se preocupam com o meio ambiente também costumam prestar mais atenção à qualidade de vida da população. Especialmente a mais pobre, que é a que mais sofre com desastres ambientais. Está tudo interligado. Isso sem falar que os investidores globais são importantes compradores de títulos do Tesouro, que funcionam como uma espécie de "empréstimo" para o governo, que fica com condições de fazer mais investimentos. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), já anunciou que só vai emprestar dinheiro para países que enfrentem as duas crises (econômica e climática) ao mesmo tempo.

A carta de recomendações dos ex-ministros e ex-presidentes do Banco Central ressalta que um dos caminhos para a saída da atual crise econômica é o investimento em energia limpa e sustentável, gerando empregos nessa área. Tudo isso vai na direção da tão falada transição para uma economia de baixo carbono (com baixa emissão de poluentes), para onde o mundo todo está caminhando. As mudanças climáticas já estão acontecendo e não é mais possível pensar no futuro sem mudar a forma com que lidamos com nossos recursos naturais. É simples: o que é bom para o planeta, é bom para todos nós. Em todos os sentidos.

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