PUBLICIDADE

Sabesp classifica como 'flutuações momentâneas' mancha de poluição no Rio Tietê

Segundo a empresa, baixa coleta de esgoto em municípios não atendidos pela companhia impactou no aumento no último ano

19 set 2019 - 16h50
(atualizado às 20h50)
Compartilhar
Exibir comentários

SÃO PAULO - O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Benedito Braga, atribui o aumento de 33,6% no último ano no trecho considerado "morto" do Rio Tietê ao baixo índice de coleta de esgoto em municípios como Guarulhos e Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, que não são atendidos pela companhia.

"A mancha de poluição se concentra mais na região de Guarulhos e Mogi das Cruzes. Do ano passado pra cá, tivemos aumento na produção de água na casa de 1,5 mil litros por segundo (em Guarulhos). Isso implica num maior volume de esgoto que é lançado no rio, e nesses municípios a Sabesp não tem estações de tratamento de esgoto", disse ele.

A Sabesp mantém tratativas para assumir definitivamente o sistema de saneamento de Guarulhos, onde somente 12% da população tem esgoto tratado, mas não há um prazo para que isso aconteça.

Em um ano, o trecho considerado "morto" do Rio Tietê cresceu 33,6%, alcançando a marca de 163 km de poluição, a maior dos últimos seis anos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 18, pela Fundação SOS Mata Atlântica.

"A trajetória da mancha de poluição no Tietê mostra algo mais consistente. Uma coisa é a flutuação, outra coisa é a trajetória", afirma Edison Airoldi, diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp. Segundo a companhia, a diminuição da mancha de poluição é de 75% no período total, já que em 1992 se estendia por 530 km. Hoje, está em 163 km.

Nesta quinta-feira, 19, a Sabesp apresentou as projeções do Projeto Tietê até 2025. A 4º etapa do Projeto Tietê envolve 540 quilômetros de interceptores, coletores e redes, e acréscimo de mais 16% na capacidade de tratamento. Os investimentos estão estimados em US$ 2 bilhões (R$ 8,32 bilhões), com previsão para tratamento de 9 mil litros por segundo de esgoto neste período.

Desde o início do Projeto Tietê - criado em 1992 - foram construídos mais de 4,5 mil km de interceptores, coletores-tronco e redes para coletar e transportar o esgoto até as estações de tratamento. Isso, segundo a companhia, elevou a coleta de esgoto de 70% para 87% até 2018 na Região Metropolitana de São Paulo. O tratamento de esgoto na região passou de 24% para 78%.

O governador João Doria (PSDB) prometeu despoluir o Rio Tietê até 2027 e o Rio Pinheiros, até 2021. Procurada, a prefeitura de Guarulhos disse que a cidade tem 1,379 milhão de habitantes, com índices de coleta de esgoto de 88% e de tratamento, de 12%. O município ainda informou que "a atual gestão tem um compromisso público de chegar ao final de 2020 com 40% do esgoto tratado e ao final de 2026 com 100%. Além das estações de tratamento de esgoto, Guarulhos destacou que coletores-tronco e interceptores estão em operação.

A prefeitura de Mogi disse que o município vem ano a ano aumentando os percentuais de tratamento de esgoto. "Em 2000, o índice era de apenas 0,5% de todo o esgoto tratado. Hoje, chegamos a 61%", destacou a gestão municipal, que prevê alta ainda maior no percentual em razão das "várias obras em andamento ou em fase de licitação".

A prefeitura também destacou que a melhora foi reconhecida em estudo do Instituto Trata Brasil. "Segundo dados do Instituto, Mogi das Cruzes avançou seis posições no Ranking de Saneamento 2019. O município passou do 32º lugar (ranking 2018) para o 26º, entre as 100 maiores cidades brasileiras. O estudo tem como base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)."

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade