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A trágica história por trás da 'múmia de extraterrestre' encontrada no Chile

Com ajuda de exame de DNA, pesquisadores descobriram que esqueleto é de uma recém-nascida com malformações genéticas.

23 mar 2018 - 13h21
(atualizado às 14h46)
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Um estudo publicado na revista Genoma Research revela o drama por trás de um esqueleto mumificado encontrado no Atacama, no Chile, em 2003.

O esqueleto da múmia Ata tem 13 centímetros, mas ossos que aparentavam ser de uma criança de 6 anos | Foto: Emery Smith
O esqueleto da múmia Ata tem 13 centímetros, mas ossos que aparentavam ser de uma criança de 6 anos | Foto: Emery Smith
Foto: BBC News Brasil

Embora a múmia meça 13 centímetros, o tamanho de um feto, uma primeira análise sugeriu que se tratava do corpo de uma criança entre seis e oito anos.

Agora, os testes de DNA mais recentes indicam que o tamanho de seus ossos e outras anormalidades são resultado de múltiplas mutações genéticas e que o corpo é de uma menina recém-nascida.

Além do tamanho pequeno, o esqueleto tem várias características físicas incomuns, como a quantidade menor de costelas e uma cabeça coniforme.

Ata, como a múmia é chamada, foi encontrada há mais de uma década em uma mina na aldeia de La Noria, no deserto do Atacama, no Chile. E de lá foi parar em uma coleção particular na Espanha.

Suas características incomuns deram origem a muitas especulações. Houve até um documentário que sugeriu que Ata poderia uma evidência da visita de extraterrestres.

Pesquisas genéticas

As novas pesquisas ajudam a colocar um ponto final nessas teorias.

Os cientistas já haviam analisado o genoma de Ata para provar que ela era um ser humano.

Usando o mesmo método, a equipe descobriu agora que Ata era um bebê com mutações relacionadas com nanismo, escoliose e anormalidades nos músculos e no esqueleto.

A múmia chamada de Ata tem 10 pares de costelas, em vez de 12; especulou-se que poderia ser o esqueleto de um extraterrestre | Foto: Emery Smith
A múmia chamada de Ata tem 10 pares de costelas, em vez de 12; especulou-se que poderia ser o esqueleto de um extraterrestre | Foto: Emery Smith
Foto: BBC News Brasil

"A coisa surpreendente, que desde o início nos fez pensar que havia algo estranho, era a aparente maturidade dos ossos", disse Garry Nolan, professor de microbiologia na Universidade Stanford, na Califórnia.

"O corpo parecia muito mais maduro, embora o tamanho fosse menor", disse Nolan. "Acreditamos que um ou mais genes mutantes foram responsáveis por isso."

Ata tem apenas 10 pares de costelas, em vez de 12, uma característica que nunca havia sido vista em seres humanos.

"Acreditamos que a menina nasceu morta ou morreu imediatamente após nascer", disse Nolan. "Ela aparenta tanta malformação que deve ter sido impossível alimentá-la. Com essas condições, ela teria terminado em uma unidade de terapia intensiva."

O esqueleto, que permanece intacto, sugere que Ata nasceu há cerca de 40 anos.

Uma história trágica

O professor Nolan começou a pesquisa com a múmia em 2012, quando um amigo ligou para ele e disse que possivelmente encontrara um extraterrestre.

"O que começou como uma história sobre alienígenas, é realmente uma história de tragédia humana", afirma. "Uma mulher teve um bebê com malformações, ele foi conservado e depois negociado ou vendido. Ele deve ser devolvido ao país de origem e enterrado de acordo com os costumes dos habitantes locais."

Especialistas dizem que os estudos que estão sendo feitos com Ata podem ajudar a melhorar a compreensão dos distúrbios ósseos genéticos.

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