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TCU decide julgar contas de Dilma na próxima semana

30 set 2015 - 16h11
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O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff serão julgadas na próxima semana, provavelmente na quarta-feira, dia 7.

Oposição espera pela rejeição das contas de Dilma para embasar pedido de impeachment da presidente
Oposição espera pela rejeição das contas de Dilma para embasar pedido de impeachment da presidente
Foto: PR)

Há a expectativa de que o tribunal recomendará ao Congresso Nacional a rejeição, devido a supostas irregularidades na gestão das contas públicas.

A oposição espera usar essa decisão como argumento jurídico para fundamentar um pedido de impeachment de Dilma, embora haja controvérsia entre juristas sobre isso ser ou não motivo suficiente para derrubar a presidente.

Em sessão realizada na tarde desta quarta-feira, o ministro-relator do caso, Augusto Nardes, disse que já concluiu a análise da defesa do governo e que distribuirá seu relatório na noite desta quarta. Cinco ministros presentes disseram que estavam prontos para votar a questão.

"Foram dadas todas as oportunidades para o governo fazer sua defesa. Foi dado um prazo muito elástico e a sociedade clama por uma decisão", afirmou Nardes.

O relator insistiu que a sessão de julgamento fosse marcada para a próxima quarta-feira, o que gerou certo mal-estar com o presidente da sessão, ministro Aroldo Cedraz.

Cedraz disse que só marcaria a data definitiva após consultar dois ministros que estavam ausentes da sessão desta quarta, Bruno Dantas e Vital do Rêgo.

Nardes reforçou que já havia conversado com os dois, mas o presidente do tribunal não cedeu aos apelos, embora a maioria dos ministros presentes tenha se manifestado em favor do relator.

Diante de questionamento do ministro José Múcio, ele se comprometeu a colocar em votação na próxima semana, sem se comprometer com o dia.

'Julgar o quanto antes'

Na sessão, o ministro Walton Alencar pediu a palavra para "repelir pela inverdade todas as notas vinculadas pela imprensa" de que estaria tentando adiar o julgamento.

"Eu gostaria de deixar claro, claríssimo, que eu tenho todo interesse em julgar o quanto antes essa matéria", disse.

"Se a gente puder votar na quarta-feira próxima seria importantíssimo", acrescentou.

Segundo Alencar, o tribunal está "sangrando" diante da pressão da sociedade. "É um caso importante, mas tem que ser julgado rápido, porque o tribunal está sangrando. Todo os dias nós apanhamos por conta da ausência de julgamento desse processo. É importante que se julgue logo e se encerre essa questão de uma uma vez por todas."

Ele e os ministros Raimundo Carreiro, Ana Arraes, Benjamin Zymler e José Múcio disseram que estão prontos para votar.

"Eu estou pronto para votar na próxima quarta-feira, na hora que vossa excelência convocar (a sessão)", disse Carreiro ao presidente. "Me sinto absolutamente em condições de proferir o voto, inclusive hoje se fosse o caso", afirmou também Zymler.

Meses atrás havia uma expectativa de que alguns ministros, como Zymler e Alencar, ficariam ao lado do governo. No entanto, a expectativa hoje é que haverá unanimidade na votação pela rejeição das contas.

Após a decisão do TCU, que na prática é apenas uma recomendação ao Congresso, deputados e senadores decidirão se aprovam ou não as contas do governo referentes ao ano passado.

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