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RS: mortos por gripe suína não se cuidaram e são casos isolados

17 jun 2011 - 18h08
(atualizado às 19h20)
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Mauricio Tonetto
Direto de Porto Alegre

Único Estado do Brasil a registrar mortes pela gripe suína em 2011, o Rio Grande do Sul tem 217 comunicações de suspeitas da doença, com 11 confirmações e quatro óbitos. Nesta sexta-feira, mais duas mulheres foram diagnosticadas com a doença e estão internadas, mas não correm risco de vida. A última morte foi de um bebê de 10 meses, no dia 8 de junho. Para o secretário de Saúde do Estado, Ciro Simoni, as vítimas não se cuidaram e as mortes são casos isolados. Ele afastou a situação de alarme.

O Ministério da Saúde distribuiu mais de 30 milhões de doses de vacina para Estados e municípios em 2011 durante a Campanha de Vacinação, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT)
O Ministério da Saúde distribuiu mais de 30 milhões de doses de vacina para Estados e municípios em 2011 durante a Campanha de Vacinação, que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT)
Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República / Divulgação

"Foram casos isolados e com certeza não há motivo para alarme. Tomamos todas as medidas necessárias para previnir uma epidemia e continuamos disponibilizando vacinas para quem se enquadra no grupo de risco (idosos, gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos incompletos, indígenas e profissionais de saúde), além de doentes crônicos, que devem se imunizar", afirmou Ciro.

Conforme o Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul não atingiu a meta de vacinação de 2011, estipulada em 80% para pessoas do grupo de risco, ficando no índice de 78%. A orientação é de que o Estado continue vacinando, mas Ciro Simoni ressaltou que, para isso, é necessária a ajuda de outros Estados. "Recebemos 100 mil doses do ministério na quinta-feira, temos um estoque e contamos com a ajuda do Pará, por exemplo, e de Alagoas, que têm sobras de vacinas", disse ele.

Como o vírus da gripe suína foi controlado após a pandemia de 2009, onde 2.051 pessoas morreram em decorrência da doença no País, o Ministério da Saúde não disponibilizou mais vacinas específicas para o vírus Influenza A H1N1. "Não é um momento de pandemia, portanto, a vacinação é contra a gripe normal, onde está incluída a suína. Estamos atentos e observando, mas a situação está sob controle", disse a assessoria do ministério.

Casos confirmados no Acre

Além do Rio Grande do Sul, o único Estado com casos confirmados de gripe suína em 2011 é o Acre, com 19 pacientes, todos sem gravidade. No ano passado, foram 104 mortes registradas no Brasil. "Em 2010, vacinamos 90 milhões de pessoas e se reduziram drasticamente os casos. A gripe suína acabou tendo um comportamento de gripe comum e por isso a vacina para este ano é de gripe comum, mas as pessoas devem continuar se imunizando", afirmou o ministério.

A gripe suína

A gripe que ficou popularmente conhecida como suína é uma doença respiratória causada pelo vírus Influenza A (H1N1), que representa o rearranjo de quatro cépas: duas suínas, uma aviária e uma humana. Detectada inicialmente no México, em abril de 2009, em poucos dias ela atingiu Estados Unidos, Canadá, Espanha, Inglaterra e vários outros países, incluindo o Brasil. Em junho de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o nível de alerta de pandemia da gripe A para fase 6, indicando ampla transmissão em pelo menos dois continentes.

Os sintomas da suína são parecidos com o da gripe comum, porém, mais agudos. Conforme o Ministério da Saúde, o paciente infectado costuma apresentar febre repentina acima de 38ºC, tosse, dor de cabeça, nos músculos e articulações e problemas respiratórios. Normalmente, os sintomas começam no período de três a sete dias após o contato com o vírus.

A gripe A é contraída apenas por via aérea, de pessoa para pessoa, principalmente através de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de infectados, especialmente em locais fechados. O tratamento indicado é com o medicamento antiviral Tamiflu, que contém oseltamivir, substância já usada contra a gripe aviária. Indicado pela OMS, o medicamento está disponível na rede pública para ser usado apenas por recomendação médica, a partir de um protocolo definido.

Em 2010, foram distribuídas vacinas específicas para o vírus da gripe suína em diversos países do mundo. Já em 2011, com a propagação do vírus controlada, o governo brasileiro distribuiu vacinas para gripe normal. Elas são indicadas especialmente para quem se enquadra no grupo de risco (idosos, gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos incompletos, indígenas e profissionais de saúde).

Apesar de a OMS ter anunciado uma pandemia do vírus, autoridades afirmam que a nova gripe tem baixa letalidade e, assim como a variação comum, as mortes são geralmente associadas a outras doenças ou à fragilidades da pessoa infectada. Em 2009, 2.051 morreram em decorrência da gripe suína no Brasil. Em 2010, o número baixou para 104.

Fonte: Terra
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