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Protestos podem ter provocado prejuízo de R$ 700 milhões ao comércio do País

O cálculo não inclui as perdas causadas pelas depredações, apenas considera o encerramento antecipado das lojas e do expediente

21 jun 2013 - 18h00
(atualizado às 18h00)
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<p>Lojistas de todo o País fecharam seus estabelcimentos mais cedo ontem com medo dos protestos</p>
Lojistas de todo o País fecharam seus estabelcimentos mais cedo ontem com medo dos protestos
Foto: Itamar Aguiar / Futura Press

As manifestações que ocorreram nesta quinta-feira em dezenas de cidades podem ter causado prejuízos de R$ 700 milhões ao setor do comércio no País, segundo estimativa do professor de varejo da Fundação Getulio Vargas, Daniel Plá. O economista disse que o cálculo considera o encerramento antecipado das lojas e do expediente dos trabalhadores, o que acaba refletindo sobre o consumo.

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O economista avaliou que os números estimados são bem conservadores, porque não incluem as perdas causadas pelas depredações feitas em estabelecimentos comerciais.

Somente na capital fluminense, as perdas são estimadas por Daniel Plá em mais de R$ 100 milhões. A região mais afetada no município do Rio foi o centro, que teve queda de 50% do faturamento previsto em um dia normal. "Os shopping centers ficaram vazios ontem à tarde", disse o professor. "As pessoas deixaram de ir às compras, em função até do inconsciente coletivo afetado."

Para o economista, o movimento anunciado levou muitas pessoas a evitar sair ou a regressar para casa mais cedo. "Isso afeta o comércio como um todo. É uma verdadeira catástrofe", avaliou. Ele salientou que, apesar dessas perdas, "ninguém fala da questão econômica" que essas manifestações provocam.

Na região da Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), no centro do Rio de Janeiro, considerada o maior shopping a céu aberto do Estado, as lojas que vendem mercadorias com as cores da bandeira brasileira, como máscaras, cornetas, chapéus, por exemplo, conseguiram vender seus estoques.

Daniel Plá advertiu, contudo, que isso não compensa o prejuízo das lojas da Saara. "A gente está falando de menos de 10% dos lojistas (da região). É uma coisa muito pontual e um tipo específico de mercadoria", concluiu.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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