Por que ministro Fux interrompeu advogado de Ramagem para defender sua imparcialidade
Defesa de Ramagem levantou que investigados criaram desinformação sobre os ministros Fux e Barroso
O primeiro dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a participação do chamado "núcleo crucial" na tentativa de golpe de Estado foi marcado por um momento de tensão entre a defesa do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ministro Luiz Fux. A sessão teve início na manhã desta terça-feira, 2, foi interrompida para o almoço e retomada à tarde.
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Durante sua fala, o advogado de Ramagem, Paulo Renato Garcia Cintra, abordava o tema da criação de desinformação relacionada ao processo eleitoral e mencionava supostas ligações dos ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Cintra afirmou que essas informações teriam sido fabricadas pelo policial federal Marcelo Bormevet e pelo sargento Jean Carlo Rodrigues.
"Não há um elemento que demonstre uma ordem direta ou indireta que fosse de Alexandre Ramagem para a produção de desinformação. Neste caso, ministro Fux, o que há é Marcelo Bormevet, o autor da façanha, reconhecendo: 'fiz, por ímpeto, por índole, é em razão da polarização política'", declarou o advogado.
A fala levou o ministro Luiz Fux a intervir, negando qualquer vínculo que pudesse comprometer sua atuação no julgamento.
"Eu ouvi esse absurdo, que foi atribuído a um bom policial. Mas, independentemente disso, citando essa questão que não tem a menor importância, menor lógica, evidentemente eu não iria me dar por impedido de julgar por causa disso", respondeu Fux.
O julgamento prosseguirá nos próximos dias e deve se encerrar no dia 12.
