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Política

PL de Bolsonaro fará oposição a Lula e busca acordo com PP de Lira para comandar Senado

Partido do atual presidente tenta frear assédio petista às bancadas da sigla no Congresso no momento em que mandatário eleito também se aproxima do presidente da Câmara

8 nov 2022 - 10h10
(atualizado às 10h47)
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Valdemar Costa Neto e Bolsonaro
Valdemar Costa Neto e Bolsonaro
Foto: YouTube

Agremiação de Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) vai reafirmar lealdade ao presidente derrotado no segundo turno e se posicionar formalmente na oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com parlamentares da sigla, o anúncio será feito na tarde desta terça-feira, 8, em Brasília, pelo presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Será a primeira entrevista coletiva do dirigente, ex-aliado do PT que chegou a ser preso como um dos ícones do escândalo do mensalão, em dez anos.

Impulsionado pelo desempenho do bolsonarismo no primeiro turno das eleições, o PL conquistou as maiores bancadas do Congresso Nacional, com 99 deputados e 14 senadores (8 escolhidos em 2022). Segundo parlamentares da legenda e líderes bolsonaristas, o movimento da sigla faz parte de uma estratégia para tentar frear o assédio de petistas à bancada da sigla no momento em que Lula se aproxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que já planeja sua campanha à reeleição na Casa.

A expectativa entre políticos governistas é de que a ala pragmática da bancada do PL vai aderir gradualmente à agenda do Palácio do Planalto a partir da mudança de governo
A expectativa entre políticos governistas é de que a ala pragmática da bancada do PL vai aderir gradualmente à agenda do Palácio do Planalto a partir da mudança de governo
Foto: Paulo Sérgio/Agência Câmara / Estadão

O PL estabeleceu como meta eleger o próximo presidente do Senado e vai tentar um acordo com o PP para emplacar o nome de Carlos Portinho (PL-RJ), um nome considerado moderado. Em troca, a legenda pode apoiar Lira, que ficaria menos dependente de um acordo com o PT.

Apontados como nomes fortes para presidir o Senado caso Bolsonaro vencesse no segundo turno, Flávio Bolsonaro (RJ) e Rogério Marinho (RN) perderam força por serem muito identificados com o presidente.

Ainda há divergências nas bancadas eleitas do PL sobre como serão tratados os deputados que não seguirem a orientação da executiva e apoiarem pautas do novo governo. A ala mais ligada ao bolsonarismo defende punição aos parlamentares que não respeitarem as decisões da executiva, que terá Bolsonaro como presidente de honra a partir de 2023.

Procurado, Valdemar Costa Neto não quis se manifestar.

A expectativa entre políticos governistas é de que a ala pragmática da bancada do PL vai aderir gradualmente à agenda do Palácio do Planalto a partir da mudança de governo. "O poder de atração do Executivo é muito grande. Não tenho dúvida de que o bolsonarismo será minoritário no Congresso. A tendência é o PL ficar isolado", avaliou o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.

De acordo com Melo, após a vitória de Lula nomes sem experiência política eleitos na onda do bolsonarismo, como os ex-ministros Marcos Pontes (PL-SP), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Damares Alves (Republicanos-DF), tendem a ficar isolados das comissões mais importantes do Senado e das articulações políticas. "Eles são relevantes no bolsonarismo, mas não no debate público nacional", disse o professor.

Pelas contas de políticos da federação que engloba PT, PCdoB e PV, a base de Lula no Senado pode chegar a 51 senadores caso o presidente eleito feche acordo com outros partidos, incluindo siglas do Centrão.

Estadão
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