Operação da PF tem como alvo deputado baiano suspeito de liderar grupo miliciano
Binho Galinha (PRD-BA) tem um mandado de prisão preventiva em aberto e não foi localizado pela polícia
Deputado baiano Binho Galinha é alvo da Operação Estado Anômico da PF, acusado de liderar grupo miliciano envolvido em diversos crimes, com bens bloqueados e mandados cumpridos em três cidades.
O deputado estadual baiano Kléber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha (PRD), é um dos alvos dos dez mandados de prisão preventiva que estão sendo cumpridos no âmbito da Operação Estado Anômico, deflagrada na manhã desta quarta-feira, 1º, pela Polícia Federal (PF). Binho Galinha ainda não foi localizado.
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Segundo as investigações, mesmo já estando sob medidas cautelares, o parlamentar manteve a liderança de um grupo miliciano, utilizando empresas de fachada e “laranjas” para movimentar recursos.
A organização criminosa estaria envolvida em crimes como lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, comércio ilegal de armas e associação ao tráfico. Também são cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Salvador, Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos.
A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 9 milhões em bens dos investigados e a suspensão das atividades de uma empresa usada na lavagem de dinheiro.
A Operação Estado Anômico é um desdobramento da Operação El Patrón, deflagrada em dezembro de 2023, após denúncia do Ministério Público da Bahia. Binho Galinha também foi alvo dessa operação, além de familiares.
As investigações apontam para a prática reiterada de múltiplas infrações penais graves, com foco na ocultação e dissimulação de bens e valores. Participam da operação 100 policiais, 11 auditores-fiscais e três analistas tributários da Receita Federal.
Além da PF, atuam, de forma conjunta, o Ministério Público da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), através da Força Correcional Integrada (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar.
Segundo a PF, o nome Estado Anômico foi escolhido porque a expressão se refere "a uma condição social marcada pela ausência ou enfraquecimento das normas, regras e valores que regulam o comportamento de uma sociedade, resultando em um sentimento de desorientação, desorganização e incerteza entre os indivíduos".
Se condenados pelos crimes pelos quais estão sendo investigados, os acusados podem sofrer penas máximas que, somadas, ultrapassam 50 anos de reclusão.
O Terra não conseguiu contato com a assessoria do deputado Binho Galinha. O espaço permanece aberto para manifestação.