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Política

MPF recomenda exoneração de primo de Rosemary Noronha

24 jun 2014 - 17h12
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O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo recomendou ao Ministério dos Transportes a imediata exoneração de Marcelo de Lara Peixoto. Ele foi nomeado para um cargo em comissão em 2009 – para a extinta Rede Ferroviária Federal (RFF) –, quando sua prima Rosemary Noronha era chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo.

Segundo investigações da Polícia Federal durante a operação Porto Seguro, Rosemary participava de um esquema que favorecia pessoas perante a administração pública. O grupo foi denunciado por crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica e falsificação de documento particular.

E-mails interceptados pela polícia indicam que Rosemary solicitou indevidamente, “com urgência", a nomeação do primo para o cargo comissionado. Em uma mensagem, ela exige a Paulo Vieira, outro suposto membro do grupo, nomeação antes do Natal de 2009. Ele recebeu o cargo no dia 23 de dezembro. O ato, afirma o MPF, configura nepotismo.

A recomendação foi feita no dia 3 de junho, mas só foi divulgada nesta terça-feira. O Ministério dos Transportes tem 30 dias, a partir do recebimento da recomendação, para responder.

Operação Porto Seguro

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos.

Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.

Exonerada logo após as buscas, Rosemary teria recebido diversos artigos como propina. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em troca do tráfico de influência que fazia, ela chegou a ganhar um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, cirurgia plástica e um camarote no Carnaval do Rio de Janeiro.

O inquérito que culminou na ação foi iniciado em março de 2011, quando, arrependido, Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), procurou a PF dizendo ter aceitado R$ 300 mil para fazer um relatório favorável à Tecondi, empresa de contêineres que opera em Santos (SP). O dinheiro teria sido oferecido por Paulo Rodrigues Vieira entre 2009 e 2010. Vieira é apontado pela PF como o principal articulador do esquema. Na época, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e conselheiro fiscal da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Em decorrência da operação, foram afastados de seus cargos o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., José Francisco da Silva Cruz, o ouvidor da Antaq, Jailson Santos Soares, e o chefe de gabinete da autarquia, Enio Soares Dias. Também foi exonerada de seu cargo Mirelle Nóvoa de Noronha, assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária da Anac. O desligamento ocorreu a pedido da própria Mirelle, que é filha de Rosemary.

Fonte: Terra
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