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Política

Moraes compara contestação do resultado das urnas a choro de derrotado no futebol

Presidente do TSE diz que até hoje ele reclama da derrota do Corinthians para o Internacional em 1976 e que tribunal vai tratar do mesmo jeito quem reclamar do resultado da apuração, sinalizando que é reclamação é mero descontentamento pessoal

2 out 2022 - 15h45
(atualizado às 16h36)
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BRASÍLIA - A duas horas do encerramento da votação neste domingo, 2, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, minimizou eventuais tentativas contestação dos resultados da eleição por candidatos e autoridades públicas, como as Forças Armadas. O ministro recorreu à uma analogia futebolística para defender que questionamentos às informações registradas nas urnas eletrônicas devem ser tratadas pela Justiça Eleitoral como reclamações de torcedores cujos times foram derrotados em campo - ou seja, sem relevância ou capacidade de mudar o final da disputa.

Segundo Moraes, eleitores e candidatos descontentes com o resultado do processo devem guardar as queixas para si. "Sou Corintiano, todos sabem. Até hoje contesto a vitória do Internacional, em 1976, com aquela bola que bateu na trave e foi dado gol. Eu fico com minha contestação para mim mesmo e é assim que o TSE vai tratar quem contestar as eleições", afirmou.

O presidente do TSE ainda garantiu que, apesar dos contratempos nas seções, todos os eleitores terão seus votos registrados se chegarem aos locais de votação dentro do horário previsto. "Obviamente todos os eleitores, todas as eleitoras, que chegarem até as 17h votarão. Isso não só nessa eleição, como em todas as eleições", afirmou.

Questionado sobre a etapa posterior ao fechamento das urnas, a divulgação dos resultados, Moraes se recusou a dar um horário para a publicação das informações, mas garantiu que ainda neste domingo o País conhecerá os candidatos eleitos.

Conflitos

Outro fato minimizado pelo presidente do TSE foram as ocorrências de violência política. Dados do Ministério da Justiça coletados durante a "Operação Eleições" mostram que, até as 15h deste domingo, 250 pessoas foram presas por crimes eleitorais. e mais de 77 incidentes de segurança pública foram registrados. Soma-se a esses registros a apreensão de 11 armas de fogo. Durante a coletiva, Moraes chegou a mencionar dois casos que circulam nas redes sociais, o de um tiroteio em Goiás e de um eleitor que teria depredado a pauladas uma urna eletrônicas. Para o ministro, porém, esses eventos estão relacionados a "casos isolados".

"É importante dizer que uma eleição tranquila, pacífica e harmoniosa, como nós estamos vendo, não significa uma eleição sem intercorrências, só que são pouquíssimos casos perto do que alguns estavam prevendo. Eu reitero, é uma eleição que mostra a maturidade da sociedade brasileira de todos os lados ideológicos que foi e vem votando hoje com absolutamente tranquilidade, demonstrando a confiança na democracia e na Justiça Eleitoral", disse.

O ministro também disse terem sido registrados poucos casos de resistência à decisão do TSE que proibiu o uso de celulares nas cabines de votação. Ele frisou que os eleitores que burlaram a regra cometeram crime eleitoral e serão investigados para, eventualmente, responderem por esses delitos.

Estadão
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