Lula ignora prisão de Bolsonaro em 1ª aparição após ordem de Moraes
'Não queria falar do que aconteceu ontem com o outro cidadão brasileiro que tentou dar um golpe', disse o presidente
Lula comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome, evitou comentar a prisão de Bolsonaro, fez críticas às sanções de Trump, atribuiu a retaliação ao sucesso do Pix e destacou as ações econômicas de seu governo.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu não fazer comentários sobre a ordem de prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante discurso do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, nesta terça-feira, 5. O petista disse que queria focar a sua fala na celebração pelo Brasil ter saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Com relação ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump, que vai começar nesta quarta-feira, 6, Lula disse que queria "falar o mínimo" sobre o assunto, mas acabou retornando a ele depois.
"Se eu não falo, ficam 'por que o Lula não falou? Ele está com medo do Trump'. E também não queria falar do que aconteceu ontem com o outro cidadão brasileiro que tentou dar um golpe. Eu queria falar do nosso país", disse o presidente.
Ao final do discurso, porém, Lula voltou ao tarifaço e disse que a "interferência em temas internos contou com o auxílio de verdadeiros traidores da pátria que arquitetaram e defenderam publicamente ações contra o Brasil lá nos Estados Unidos".
O presidente defendeu diretamente o Pix, que disse ser o motivo que estaria por trás da retaliação dos EUA, por ser um sistema de pagamentos com capacidade de tornar os cartões de crédito obsoletos. Lula ainda brincou, pedindo para que Trump tentasse usar o Pix.
Em outro momento, o petista também disse que vai convidar o presidente norte-americano para vir ao Brasil na COP30, que acontecerá em Belém em novembro. Lula brincou que vai ligar para todos os presidentes, menos o "[Vladmir] Putin que não está podendo viajar".
Antes, Lula fez um discurso afirmando ter sentido que a saída do País do Mapa da Fome foi ofuscada pelo tarifaço. "Eu pensei que a gente ia fazer uma festa. E em função da taxação, a gente não fez festa. Saiu um comunicado de que o brail saiu do Mapa da Fome. Quantos países do mundo gostariam de ter conseguido o que nós conseguimos?", disse.
"A melhor notícia que eu poderia receber, eu vou lembrar vocês o que eu falei em 2003. Eu disse, se ao terminar o meu governo, cada brasileiro ou brasileira tiver tomando café de manha, almoçando e jantando, eu já terei cumprido a missão da minha vida", afirmou o petista.
Lula também defendeu as medidas tomadas pela área econômica do seu governo. Ele criticou o foco das notícias nas metas fiscais a serem cumpridas pela gestão. "Seria muito fácil o [Fernando] Haddad ser ministro da Fazenda de um país que se preocupasse para governar para 35% da população. Mas quando você resolve colocar todo mundo na mesma mesa, você tem que tomar decisões", disse.
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