Lula diz que queria que Haddad fosse candidato em SP em 2026

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, 18, que gostaria que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fosse candidato nas eleições de 2026. O PT ainda precisa formar um palanque forte em São Paulo para ajudar a garantir a reeleição do presidente no próximo ano.

"Vocês sabem que o Haddad tem maioridade e tem biografia para decidir o que ele quer fazer. Se você me perguntar se eu gostaria que ele fosse (candidato), eu gostaria. O que eu não sei, eu preciso perguntar para ele. É impossível você imaginar uma pessoa da envergadura do Haddad deixar o Ministério da Fazenda e voltar para casa. Acho que nem eu nem a Ana Estela iríamos gostar", afirmou.

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Como mostrou o Estadão, Haddad é o curinga do PT para as eleições do ano que vem. Embora diga que não quer concorrer nem a síndico de prédio, Haddad sabe que não terá como dizer "não" ao presidente. E Lula não deseja ver o chefe da equipe econômica apenas na coordenação de seu programa de governo.

Até agora, o PT não conseguiu montar um palanque para a campanha do presidente no principal colégio eleitoral do País. Nem no segundo, que é Minas Gerais. No Rio, o terceiro, também não tem nome competitivo e vai apoiar o prefeito Eduardo Paes (PSD) ao Palácio Guanabara.

No encontro com jornalistas, o presidente disse ainda que reunirá os ministros que pretendem ser candidatos no início do ano que vem para discutir o tema, mas que não impedirá ninguém de sair do governo. Nas contas dele, 18 ministros podem disputar as eleições.

"Quando começar o ano, eu vou chamar muitos ministros que vão sair para ser candidatos e eu vou, então, decidir com eles o que eles vão fazer da vida. Eu sei que tem uma enxurrada de ministros que vai sair, eu acho que pelo menos 18 devem sair. Eu acho que devem sair, não vou impedir ninguém de sair, vou apenas torcer", afirmou.

Lula disse que terá conversas específicas com Haddad e com o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Na opinião do petista, o governo precisa ter nomes fortes para o governo de São Paulo e para o Senado por aquele Estado, e afirmou ver chances reais de ganhar ambas as disputas. As definições devem sair em março apenas.

Nos bastidores, o governo já trata das danças das cadeiras. Como mostrou o Estadão, Lula começou a chamar os auxiliares para conversar sobre a campanha. Em novembro passado, ele pediu para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, desistir de disputar a reeleição como deputado federal e continuar na Esplanada. No lugar de Marinho, o PT terá como candidato o atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.

Lula diz que 2026 terá política mais 'nervosa'

O presidente disse que o ano de 2026 deve ser "tranquilo" do ponto de vista da governança, com a política mais "nervosa". Ele repetiu que gostava quando os adversários eram do PSDB, porque não tinha briga para além das eleições, mas declarou ter convicção de que o governo vai ganhar o pleito.

"Do ponto de vista de governança, eu acho que não vai ser um ano complicado não, vai ser um ano mais tranquilo, porque tudo que a gente tinha que aprovar já foi aprovado. Pode ser um ano mais nervoso na política", afirmou.