Lula descarta que América Latina viva um ciclo de decadência
São Paulo, 3 jul (EFE) - O ex-presidente Luiz Lula da Silva descartou nesta quinta-feira a existência de um ciclo de decadência nos países da América Latina e defendeu os processos políticos na Argentina, na Venezuela, na Bolívia e na Colômbia.
"Não vejo nenhuma decadência na América Latina, que nunca antes em sua história viveu em estabilidade como vive hoje", afirmou em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira com correspondentes estrangeiros em São Paulo.
Lula respaldou o governo argentino de Cristina Kirchner na disputa com os fundos de investimento conhecidos como "abutres".
"Desde que Néstor Kirchner assumiu, em 25 de maio de 2003 que escuto dizer que a Argentina vai a quebrar. O fato é que é um país extraordinário que está conversando sobre o tema da dívida", disse Lula.
Ele também elogiou o presidente da Bolívia, Evo Morales, por ter estabilizado a economia do país andino e ter conseguido acumular reservas internacionais de US$ 15 bilhões, "o que representa quase a metade de seu PIB".
Sobre a Venezuela, disse que existe um "pessimismo louco" contra o governo de Nicolás Maduro apesar do potencial do país. "A Venezuela pode ter problemas, cometer erros, não deixar subir a inflação, interferir no câmbio, mas tem um potencial extraordinário", comentou.
O ex-presidente também aplaudiu a reeleição de Juan Manuel Santos à presidência da Colômbia por promover o diálogo de paz com a guerrilha das Farc.
"Com esse acordo estaremos livres do único foco de violência, estaremos livres de tudo em nossa querida América do Sul", disse, esperançoso.