Governadores mantêm planos políticos para 2026 após indicação de Flávio Bolsonaro à Presidência
A escolha de Flávio Bolsonaro foi feita pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso
Governadores de Estados do Sul e do Sudeste do Brasil não pretendem, neste momento, mudar seus planos políticos para 2026, após a escolha do senador Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência do país, conforme declarações em encontro neste sábado no Palácio Guanabara.
A escolha de Flávio Bolsonaro, anunciada na véspera, foi feita pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso após ser condenado por tentativa de golpe de Estado, além de estar inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou que respeita a escolha de Jair Bolsonaro, mas segue o plano de descompatibilização do cargo até abril de 2026 para se posicionar como pré-candidato à Presidência.
"A minha pré-candidatura não muda em nada; estive com o ex-presidente e falei isso ao Jair Bolsonaro. Acho que quanto mais candidatos melhor para a direita (para tentar derrotar o presidente Lula)", afirmou a jornalistas, neste sábado, durante Encontro do Consórcio de Integração dos Estados do Sul e Sudeste (Cosud), que reúne governadores das regiões Sul e Sudeste, na capital fluminense.
Outro que mantém sua pré-candidatura é o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que trocou o PSDB pelo PSD. Ele disse que quer ser uma alternativa à polarização nociva à política e à sociedade brasileira.
"É a aspiração de protagonizar esse processo... Não estou na política para ser mais um, mas para fazer algo... Me mantenho com essa aspiração de ser candidato. Sigo como oferta alternativa ao Brasil", avaliou.
Caciques do PSD, entretanto, cogitam lançar Leite como candidato ao Senado em 2026. O governador do Paraná, Ratinho Junior, ponderou que a legenda, sob a orientação de Gilberto Kassab, deve definir o projeto político para 2026 no começo do ano que vem. Segundo ele, a legenda pode ter uma candidatura própria ou firmar uma aliança com alguém de centro-direita.
"O PSD quer ser protagonista: pode ser como ator principal ou numa aliança com Zema, (com governador de Goiás Ronaldo) Caiado e até Flávio", declarou.
A escolha do filho mais velho de Jair Bolsonaro sacudiu os mercados no Brasil na sexta-feira, fazendo as taxas dos DIs dispararem mais de 50 pontos-base e o dólar subir perto de 3% ante o real, enquanto o Ibovespa despencava mais de 4%.
A informação foi mal recebida pelos investidores, que a veem como um entrave à candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o favorito do mercado, que não participou do Cosud neste sábado.
Antes de ser lançado à Presidência, Flávio Bolsonaro seria candidato ao Senado pelo Estado do Rio. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), já cogitou a possibilidade de disputar a vaga ao Senado e, com a entrada de Flávio Bolsonaro na disputa, o caminho pode ficar aberto.
"A decisão do Flávio não mexe em nada com meu plano político. Depende do momento que o Rio estiver passando na segurança pública em 2026. Se meu campo político achar que posso colaborar, pode ser que eu venha; vou ouvir o partido", afirmou Castro.
O governador catarinense, Jorginho Mello (PL), acrescentou que seu candidato era Jair Bolsonaro e apoia a escolha do ex-presidente.
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