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Política

FHC defende Aécio contra pedidos de expulsão: "oportunismo"

Ex-presidente fala em 'oportunismo' e afirma que partido tem um código de ética; ala ligada a Doria defende saída de deputado do PSDB

12 jul 2019 - 22h56
(atualizado em 12/7/2019 às 08h00)
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reagiu nesta quinta-feira, 11, à pressão feita por lideranças do PSDB ligadas ao governador de São Paulo, João Doria, pela expulsão do partido do deputado Aécio Neves (MG), após a abertura de ação penal contra ele na Justiça Federal em São Paulo, no início do mês. Em mensagem publicada no Twitter, FHC disse que o PSDB tem estatuto e código de ética a serem seguidos, e afirmou que "jogar filiados às feras", sem aguardar uma decisão judicial, é "oportunismo sem grandeza".

FHC
FHC
Foto: Reuters

"O PSDB tem um estatuto e uma comissão de ética. Há que respeitá-los. Jogar filiados às feras, principalmente quem dele foi presidente, sem esperar decisão da Justiça, é oportunismo sem grandeza. Não redime erros cometidos nem devolve confiança", escreveu o ex-presidente. A manifestação de FHC ocorre um dia após o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, engrossar o coro pela expulsão de Aécio. A jornalistas, Covas chegou a afirmar, anteontem, que era "ou ele ou eu" no partido.

É dos diretórios municipais das duas maiores cidades paulistas - São Paulo e São Bernardo do Campo - que parte a pressão mais forte pelo desligamento de Aécio - ambos já aprovaram pedidos de expulsão. A preocupação é que o desgaste da imagem do deputado respingue na campanha do ano que vem.

Em nota, o PSDB paulistano rebateu ontem as afirmações de FHC. O texto, assinado pelo presidente, Fernando Alfredo, afirma que o diretório respeita a trajetória de Fernando Henrique, presidente de honra do partido, mas discorda de sua posição. Segundo o comunicado, a trajetória de Aécio "não condiz com o que FHC tem de legado". "É inadmissível que pessoas como Aécio Neves permaneçam nos quadros partidários." O texto afirma que o pedido de expulsão "se deveu pelo fato de não compactuarmos com a postura e o histórico de Aécio, que conspurcam a imagem do partido".

Além do PSDB paulistano, o diretório tucano de São Bernardo do Campo também formalizou pedido de expulsão de Aécio da legenda. A decisão, de anteontem, foi acatada por unanimidade. A ação foi comandada pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, integrante da executiva nacional do PSDB, e a deputada estadual Carla Morando, líder do partido na Assembleia paulista.

Nomes da fundação do partido, como FHC, afirmaram ser contra redução que nova geração do PSDB aprova
Nomes da fundação do partido, como FHC, afirmaram ser contra redução que nova geração do PSDB aprova
Foto: Divulgação PSDB

Segundo Morando, a iniciativa do partido por enquanto se concentra em Aécio, e não em outros tucanos alvo da Justiça, como o ex-governador do Paraná Beto Richa e o ex-presidente da legenda Eduardo Azeredo - que chegaram a ser presos - porque o deputado mineiro é mais conhecido pelo fato de ter sido candidato à Presidência em 2014. "Aécio causou os maiores danos à imagem do partido", disse.

Réu

Aécio foi denunciado em 2017 pela Procuradoria-Geral da República, sob acusação de receber propina de R$ 2 milhões, do grupo J&F, e de tentativa de obstrução da investigação da Lava Jato. E virou réu por decisão do Supremo Tribunal Federal em abril de 2018.

Após a eleição, por não ser mais senador, o caso foi enviado à primeira instância. A denúncia então foi ratificada pelo Ministério Público Federal em São Paulo. No dia 2 de julho, a denúncia foi recebida pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal.

Dois dias depois, o diretório paulistano aprovou um pedido de expulsão. Na terça-feira passada, Doria afirmou ao Estado defender uma "saída espontânea" do deputado, para evitar a necessidade de expulsão. Abordado na Câmara para comentar o assunto, Aécio disse que "não tem nada a falar". Procurada, a assessoria afirmou que o deputado não iria se pronunciar. / COLABOROU FELIPE FRAZÃO

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