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Política

Entenda quem são e a atuação dos suspeitos de esquema de licitações do PCC em prefeituras de SP

Ministério Público de São Paulo realizou duas operações neste mês para tentar barrar infiltração da facção no poder público tanto na capital quanto em cidades do interior do Estado

27 abr 2024 - 20h26
(atualizado às 21h46)
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O pagodeiro Vagner Borges Dias, o ‘Latrell Brito’, apontado como o ‘cabeça’ do esquema do PCC em órgãos públicos
O pagodeiro Vagner Borges Dias, o ‘Latrell Brito’, apontado como o ‘cabeça’ do esquema do PCC em órgãos públicos
Foto: @latrellbritooficial via Instagram / Estadão

A Operação Muditia, deflagrada por uma força-tarefa entre o Ministério Público e a Polícia Militar de São Paulo neste mês, apontou a existência de um esquema de fraudes em licitações de prefeituras e câmaras municipais em 12 cidades do Estado para favorecer o Primeiro Comando da Capital (PCC). Políticos, servidores públicos, advogados e empresários foram presos, são investigados ou são apontados como suspeitos de atuarem para viabilizar os desvios.

O empresário Vagner Borges Dias é apontado pelos investigadores como o líder da quadrilha e foi a partir da quebra de sigilo das mensagens dele que a investigação expandiu para os demais alvos. Foragido da Justiça, ele é cantor de pagode, conhecido pelo nome artístico Latrell Brito, e era a quem vereadores cooptados recorriam para cobrar propina sobre os contratos públicos, segundo a investigação.

Vagner Borges Dias levava uma vida de ostentação, com viagens ao exterior, tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) e possui ao menos três armas de fogo. Mensagens obtidas pelo Ministério Público mostram que ele foi pressionado pelo PCC a repassar para integrantes da facção parte dos R$ 14 milhões obtidos pela empresa dele, a Vagner Borges Dias ME, em um contrato para prestar serviços de limpeza para o Metrô. A estatal afirmou que o contrato foi encerrado no ano passado e que a empresa apresentou os documentos e garantias exigidos pelo edital.

Operação Fim da Linha

O Ministério Público também investiga a infiltração do PCC em empresas de ônibus que mantêm contrato com a Prefeitura de São Paulo. Uma das empresas na mira da Operação Fim da Linha, também deflagrada em abril, foi a Transwolff, cujos diretores aparecem em casos ligados a integrantes ou parentes de membros da facção criminosa.

O presidente afastado da empresa, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, foi preso no início de abril. Ele atua no setor de transporte há quase três décadas e era um dos líderes dos perueiros clandestinos na capital nos anos 1990. Em 2006, ele teria participado da tentativa de resgate de Nivaldo Eli Flausino Alves, o Branco, irmão de um dos chefes do PCC, Antonio José Muller Junior, o Granada.

Outro diretor da empresa é Róbson Flares Lopes Pontes, preso na mesma operação. Ele é irmão de Gilberto Flares Lopes Pontes, o Dinamarca, ex-integrante da cúpula do PCC que foi alvo da Operação Sharks, que mirou as lideranças da facção. Dinamarca foi morto em 2021. Na quarta-feira, 24, a Justiça aceitou a denúncia contra os dois dirigentes da empresa e outros acusados. O Estadão não conseguiu localizar os defensores deles.

Estadão
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