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Política

Empresário admite participação em reunião marcada por Barros

O empresário Emanuel Catori, sócio da empresa Belcher, ter participado de reunião no Ministério da Saúde agendada por Ricardo Barros

24 ago 2021 - 17h39
(atualizado às 18h00)
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O empresário Emanuel Catori, sócio da empresa Belcher, confirmou nesta terça-feira em depoimento à CPI da Covid no Senado ter participado de reunião no Ministério da Saúde agendada pelo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

O empresário sustentou que na reunião, que teria ocorrido em abril, a Belcher não representava a Cansino, farmacêutica chinesa responsável pela vacina Convidecia.

"Há relatos de que o Ministro Marcelo Queiroga teria me recebido dia 15 de abril na qualidade de representante da CanSino, acompanhado do deputado Ricardo Barros, sem registro na agenda. Essa informação não é verdadeira. Reitero que a Belcher não representava a CanSino nessa data. A Belcher obteve a carta de autorização da Anvisa apenas em... a carta de alteração da CanSino apenas dia 19 de abril", disse, explicando que o contato formal entre Belcher e a pasta para tratar da vacina Convidecia ocorreu a partir do e-mail enviado pela farmacêutica em 12 de maio, resultando em uma reunião presencial em 19 de maio.

Sócio da farmacêutica Belcher, Emanuel Catori
Sócio da farmacêutica Belcher, Emanuel Catori
Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

"Em 15 de abril, eu participei de uma audiência coletiva no ministério promovida pela Frente Parlamentar de Medicamentos, que é presidida pelo deputado Ricardo Barros. Na reunião, havia outras seis empresas, e não tratava de vacinas, muito menos da Convidecia", acrescentou o depoente.

Catori também admitiu conhecer o advogado Flávio Pansieri, advogado de Ricardo Barros, segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o que configura "mera coincidência", segundo o empresário.

De acordo com a Agência Senado, Pansieri foi sócio do genro de Barros até março deste ano, e participou de reunião na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre uso emergencial da Convidecia. Ainda assim, Catori sustentou que Barros não atuou como "facilitador político" para a compra da vacina.

"O deputado Ricardo Barros não fez gestões com órgãos neste sentido. Não há vínculo comercial ou societário direto ou indireto da Belcher ou seus sócios com o parlamentar. Ele não iria receber valores pelo sucesso da negociação da Convidecia. A Belcher não o procurou nas tratativas com vacinas. Participação zero. Em nenhum momento ele me ajudou em nada sobre a vacina", afirmou.

Segundo a Agência Senado, quando o encontro de abril ocorreu no Ministério da Saúde, já havia sido assinado um termo de confidencialidade entre o empresário e a farmacêutica chinesa CanSino para a venda da vacina Convidecia no Brasil.

Ainda de acordo com a agência, Cartori negou ter negociado a venda do imunizante com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já que não possuía carta de autorização da CanSino. O empresário disse ter tratado da venda do antiviral Favipiravir, mas a afirmação foi questionada pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Renan Calheiros (MDB-AL).

O senador considerou haver uma "contradição muito grande" no depoimento de Cartori e, ainda segundo a Agência Senado, "um envolvimento muito sério" do líder do governo na Câmara.

"É a repetição do modus operandi na aquisição de vacinas pelo governo federal. Recusou contatos com a Pfizer e com o Butantan, enquanto priorizou atravessadores como Belcher, Davati e Ricardo Barros. Enquanto brasileiros morriam e continuam a morrer. O senhor tenta passar a ideia de que, no encontro com Ricardo Barros, não poderia ter tratado da questão, uma vez que a CanSino não havia credenciado a Belcher. Mas não é verdade. Já havia uma carta de confidencialidade", disse Renan.

Em publicação no Twitter, Barros afirmou que "mais uma pessoa que vai a CPI e diz que não tenho relação alguma com a negociação de vacinas".

"Todos negaram minha participação. A CPI só tem versões sem provas. Resta aos senadores da oposição a bravata, o ataque à honra e a falta de respeito. Estou tranqüilo", postou o líder do governo.

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