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Política

Em SP, Marina Silva defende corte de ministérios: 'é a pauta das ruas'

Ex-senadora falou sobre "inovação na política" durante evento, onde criticou gastos "duvidosos" do BNDES

18 jul 2013 - 13h06
(atualizado às 13h18)
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A ex-senadora Marina Silva defendeu, em entrevista concedida em São Paulo nesta quinta-feira, a diminuição do número de ministérios do governo federal e um maior rigor no controle dos investimentos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). A ex-ministra do Meio Ambiente criticou, entretanto, o PMDB e a presidente Dilma Rousseff (PT) por, segundo ela, não ter conseguido dar uma resposta à altura das reivindicações das ruas, que sacudiram o Brasil em junho.

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"É impossível gerir qualquer Estado com o sistema de governança que nós temos. Os 39 ministérios (do governo federal) existem para garantir a governabilidade da distribuição fisiológica de nacos dos ministérios", afirmou ela. A ex-ministra participou hoje do 1ª Seminário Nacional de Incentivo à Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento, evento que tem o apoio do Terra, onde falou sobre o tema "inovação na política".

Ela também questionou a motivação do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que em entrevista publicada hoje no jornal Folha de S.Paulo defendeu que o governo reduza de 39 para 25 o número de pastas. "A proposta de diminuição de ministérios é fruto das ruas. Com certeza não é ideia do deputado. Isso é uma ideia das ruas. Com o festival de gasto públicos que temos visto, ele deveria ter proposto isso antes", disse a ex-senadora, que pretende se candidatar à Presidência da República em 2014. 

Gastos duvidosos

Marina também defendeu maior transparência na gestão de gastos públicos, não apenas relacionados aos ministérios, mas às escolhas de investimento do BNDES - em uma clara referência ao dinheiro investido nas empresas do empresário Eike Batista. 

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"Usar o dinheiro do BNDES para investimentos duvidosos também significa o uso indevido do nosso dinheiro. A escolha de algumas empresas beneficiadas com recursos públicos para serem transformadas em grandes empresas globais (é questionável). Não é que não se possa fazer os investimentos, mas tem que ter clareza e transparência. Investir R$ 9  bilhões na empresa do Eike Batista com certeza faz parte desse investimento duvidosos", disse ela.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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