Em prisão domiciliar, Bolsonaro tem crises de soluço, mudanças de humor e visita sem celular
Amigos devem se revezar para fazer companhia ao ex-presidente e falam sobre nova rotina
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Jair Bolsonaro enfrenta crises de soluço, variações de humor e sinais de depressão durante sua prisão domiciliar, enquanto recebe visitas limitadas e busca se adaptar a uma nova rotina sob supervisão restrita.
A primeira semana de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve visitas de parentes, amigos e aliados. Bolsonaro tem se mostrado contrariado com sua situação política e tem tido variações de humor.
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Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, pessoas que estiveram com o ex-presidente desde a ordem de prisão, ocorrida no dia 4 de agosto, relataram a frustração que ele tem sentido, e descreveram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) como desproporcional.
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De acordo com os relatos, Bolsonaro está abatido e chateado, preocupando as pessoas mais próximas. Outra pessoa ouvida pelo jornal, sob a condição de anonimato, diz que o ex-presidente está com sinais de depressão.
Bolsonaro tem tido crises de soluço, condição que já existia antes da prisão domiciliar e que continua causando incômodos. O problema impede que ele fale, durma e pode levar a vômitos ocasionalmente. Ele está fazendo tratamento para refluxo, segundo o médico Leandro Echenique, que foi autorizado por Moraes a acompanhá-lo em casa.
Os soluços não teriam relação com a prisão domiciliar, segundo o médico, já que isso já aconteceu com o ex-presidente em outros pós-operatórios – mas os períodos de crise eram menores.
O quadro de saúde de Bolsonaro é um dos argumentos dos aliados para evitar que ele seja preso em uma penitenciária, especialmente em caso de condenação à prisão após o julgamento da trama golpista pelo STF.
Visitas e nova rotina
Para evitar o descumprimento das medidas cautelares, os visitantes de Bolsonaro deixam seus celulares no carro, segundo os relatos. O ex-presidente está proibido de usar os aparelhos, mesmo que por meio de terceiros.
A senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) afirma que Bolsonaro terá que encontrar uma nova rotina para se distrair. Segundo ela disse à Folha, o ex-presidente tinha uma rotina que incluía muitas tarefas fora de casa. Damares também pediu autorização a Moraes para visitar Bolsonaro. Outros aliados do ex-presidente querem intercalar as agendas para fazer companhia a ele durante o dia.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não deve abrir mão da rotina nem do cargo de presidente do PL Mulher. No segundo dia de prisão de Bolsonaro, ela saiu para trabalhar e publicou um vídeo no Instagram de pantufas, com os dizeres: "Não podemos deixar que os dias tristes tirem nossa alegria. A alegria do Senhor é nossa força!".
A autorização de visitas por parte do STF, incluindo familiares e aliados, foi um alívio para o ex-presidente, principalmente devido à questão dos filhos. Assim que saiu a decisão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi à casa do pai. Já o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) chegou a Brasília na quinta-feira, 7. Segundo relatos, Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, também o acompanha.
Bolsonaro mora com Michelle e com a filha Laura, além da enteada Letícia. Advogados e médicos do ex-presidente também estão autorizados.
Alexandre de Moraes determinou a prisão de Jair Bolsonaro devido ao descumprimento de medidas cautelares. Bolsonaro participou de um ato no Rio de Janeiro por videochamada e fez uma fala aos apoiadores. Desde então, o ex-presidente está proibido de usar qualquer telefone, e passa os dias em sua casa em um condomínio de alto padrão em Brasília.
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