Eduardo Bolsonaro pede à Itália que não extradite Zambelli
Deputado usou caso Battisti para tentar convencer governo Meloni
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) pediu ao governo da Itália que não extradite a congressista Carla Zambelli (PL) presa na última terça-feira, 29, em Roma, após um mandado de captura internacional por parte da Interpol.
"Eu apelo para as autoridades italianas não mandarem a parlamentar brasileira de volta ao Brasil, cedendo ao pedido de um notório violador dos direitos humanos", escreveu filho do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
"É incrível que algum país democrático ainda siga as ordens de Alexandre de Moraes, juiz da Suprema Corte brasileira sancionado pelos EUA devido a violações dos direitos humanos", acrescentou.
Zambelli, que possui dupla cidadania brasileira e italiana, foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela é aliada da família Bolsonaro.
Eduardo também criticou o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que no passado atuou como advogado de defesa do ex-terrorista italiano Cesare Battisti, pivô de uma crise diplomática em 2010 entre o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as autoridades da Itália.
"A corte brasileira que hoje solicita a extradição de Zambelli é presidida pelo juiz que, quando fora advogado, defendeu a não extradição de Cesare Battisti para a Itália, condenado por quatro homicídios qualificados", escreveu o deputado, que marcou na publicação a premiê Giorgia Meloni e o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini.
