PUBLICIDADE

Política

Deputado do PMDB nega ter recebido mensalão do DEM

3 dez 2009 - 14h47
(atualizado às 16h32)
Compartilhar
Keila Santana
Direto de Brasília

O deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) disse que não vai aceitar calado as acusações de fazer parte de uma lista de deputados do PMDB que teriam recebido parte do mensalão do DEM em Brasília. Por meio de nota, Filippelli disse que já solicitou medidas judiciais contra as "falsas acusações" que o imputaram. O deputado é citado na conversa entre Durval Barbosa, ex-secretário do governador José Roberto Arruda (DEM), e o dono do jornal Tribuna do Brasil, Alcir Collaço, acertando a distribuição de dinheiro para parlamentares do PMDB. Segundo a gravação, Filippeli teria recebido R$ 500 mil de propina.

"Repudio de forma veemente a tentativa de envolver o meu nome e de alguns dos principais líderes nacionais do PMDB no episódio que investiga as denúncias de irregularidades no Governo do Distrito Federal", disse a nota.

"A citação do meu nome em uma conversa de terceiros revela a irresponsabilidade daqueles que, movidos por interesses inconfessáveis, querem obter do meu partido, o PMDB, uma decisão açodada sobre esse momento de crise política do governo local", disse Tadeu Filippelli.

O parlamentar afirmou que, apesar da tentativa de envolver o PMDB nas denúncias contra o governador José Roberto Arruda, ainda não é hora do partido retirar o apoio à gestão do DEM em Brasília. Tadeu Filippelli disse que só na próxima segunda-feira, a cúpula do PMDB vai decidir a posição do partido dentro do governo Arruda.

"Pressionam para que retiremos imediatamente da composição do governo os quadros técnicos que pertencem ao PMDB e que ocupam funções estratégicas no Governo do Distrito Federal. O que nos faz insistir em uma decisão tomada com serenidade é a preocupação com o futuro de Brasília e os projetos estruturantes que a preparam para ser uma das sedes da Copa do Mundo e para a comemoração dos seus 50 anos", disse.

Além de Filippelli, também são mencionados na gravação os deputados Michel Temer (SP), Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN).

O caso Arruda

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade