Defesa de Braga Netto diz que ataque ao STF é 'inadmissível', mas reforça que discorda de Moraes
O advogado José Luis Oliveira Lima expressou sua solidariedade à Corte
A defesa de Walter Braga Netto classificou os ataques ao STF como inadmissíveis, mas afirmou discordar de apontamentos feitos pelo ministro Alexandre de Moraes durante o julgamento da trama golpista.
Durante sua argumentação no julgamento da trama golpista, nesta quarta-feira, 3, o advogado do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, classificou o frequente ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) como 'inadmissível'. No entanto, reforçou que discorda de apontamentos feitos pelos relator do caso, Alexandre de Moraes.
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José Luis Oliveira Lima começa dizendo que, em toda a oportunidade que tiver, como advogado e cidadão, vai prestar a solidariedade ao Supremo Tribunal Federal. "Eu não tenho a menor dúvida que a grandeza dessa Corte e dessas excelências já superaram esses ataques", declara. Em seguida, ele cita a ação penal 470, que tratou do escândalo do Mensalão, cuja os ministos Luiz Fux e Cármen Lúcia também fizeram parte do julgamento.
"Naquela época, tinha uma cobertura frenética da mídia, mas em momento algum, essa Corte sofreu os ataques contra vossas excelências recentes. Eu acho inadmissível como advogado, eu não tenho como ficar quieto. Eu presto aqui a solidariedade à essa Corte e à vossas excelências", afirma
Depois, Lima se dirige ao relator do processo sobre a tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, e saliente que no docorrer de sua sustentação, discordará dos apontamentos do magistrado feitos ao longo do processo, mas que isso não é um ataque.
"Vossa Excelência tem passado, presente e futuro nesta Corte e no Brasil. Eu precisava deixar isso muito claro", finalizou.
Julgamento do 'núcleo crucial'
Bolsonaro e os outros sete ex-integrantes do seu governo são acusados de cinco crimes relacionados a um suposto plano de golpe de Estado para impedir Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir o poder após as eleições de 2022.
Entre os crimes imputados ao ex-presidente estão:
- liderança de organização criminosa;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano contra o patrimônio da União;
- e deterioração de patrimônio tombado.
Caso Bolsonaro seja condenado por todos os crimes, as penas máximas somadas podem superar 40 anos de prisão, já que ele é acusado de liderar a suposta organização criminosa.
No Brasil, penas acima de oito anos começam a ser cumpridas em regime fechado.