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Política

CNV: atentado do Riocentro teve envolvimento de militares

29 abr 2014 - 17h23
(atualizado às 19h17)
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A Comissão Nacional da Verdade (CNV) do Brasil, que investiga os abusos dos direitos humanos cometidos na última ditadura (1964-1985), corroborou nesta terça-feira o envolvimento de militares no planejamento de um atentato terrorista ocorrido em 1981 em um centro de convenções no Rio de Janeiro.

Apresentação do relatório sobre o atentado do Riocentro
Apresentação do relatório sobre o atentado do Riocentro
Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

O fato ao qual faz referência o relatório apresentado hoje pela comissão na capital carioca ocorreu em abril de 1981, quando dois agentes militares de inteligência se dispuseram a colocar duas bombas no estacionamento do centro de convenções Riocentro, quando 10 mil pessoas assistiam a um espetáculo musical.

As bombas explodiram acidentalmente dentro do veículo no qual os agentes as transportavam, sendo que um deles morreu, e o atentado frustrado se tornou um dos fatos mais controversos do regime militar.

Embora sempre tenha sido apontado o envolvimento dos militares no planejamento do atentado, nenhum deles foi julgado em relação ao caso perante a falta de provas contundentes.

No entanto, 33 anos depois do atentado, a Comissão da Verdade voltou a investigar o caso, o que considerou como um "ato de terrorismo de Estado contra a população" devido à participação de alguns dos militares do regime.

"As explosões do Riocentro foram fruto de um minucioso plano em equipe, que contou com a participação de militares, especialmente de agentes ligados ao I Exército", assinalou o relatório.

Segundo o documento, há "fortes indícios" de que o planejamento da operação tenha contado com o conhecimento das "altas autoridades militares".

O estudo indicou, além disso, que houve uma manipulação na investigação realizada pela Polícia Militar a fim de apresentar o capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme do Rosario como "vítimas" do atentado, e não responsáveis do mesmo.

"Os planejadores do atentado trataram de atribuir sua autoria aos grupos armados de resistência ao regime, o que não se sustentou perante um conjunto robusto de provas e indícios", concluiu o texto.

EFE   
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