PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Política

Cardozo diz que conversou com advogados sobre vazamentos

Ministro da Justiça rebateu o que chamou de tentativa de criminalizar advogados

19 fev 2015 - 17h40
(atualizado às 17h55)
Compartilhar
Exibir comentários

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira ter feito apenas uma audiência com advogados sobre a Operação Lava Jato, quando se reuniu com defensores da empresa Odebrecht. Ele revelou que parte da reunião foi destinada à discussão de denúncias de vazamento de informações da Polícia Federal, mas que estava impedido de dar detalhes de toda a conversa por razões de sigilo.

<p>O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo</p>
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Em nenhum momento nesta reunião com a Odebrecht tocou-se na possibilidade de o governo ajudar na libertação de presos, em nenhum momento tocou-se na avaliação judicial minha do que poderia acontecer no futuro”, disse o ministro, durante entrevista coletiva na Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Brasília. "Eles queixavam-se que o inquérito (sobre vazamento de dados da operação) não estava sendo tocado adequadamente", afirmou. 

Cardozo revelou um dos pontos da reunião depois que uma das advogadas da empreiteira, Dora Cavalcanti, ter dito, em um artigo publicado na Folha de S.Paulo, que a empresa resolveu procurar o Ministério da Justiça para contestar vazamento de informações da investigação da Polícia Federal. O outro assunto do encontro envolveria o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), assunto que estaria sob sigilo.

“Não posso comprometer um tratado internacional”, disse. “Meu maior interesse é divulgar toda a reunião para matar toda e qualquer especulação. Só que eu não posso fazer isso porque há sigilo”, afirmou o ministro, que disse ter comunicado a Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a reclamação dos defensores.

Durante entrevista coletiva da divulgação de balanço de acidentes no Carnaval, Cardozo falou mais de 20 minutos após ser questionado sobre a reunião com advogados da Lava Jato. Ele negou que tenha se reunido com o advogado Sergio Renault, da UTC, ao afirmar que o encontrou rapidamente na antessala de seu gabinete, a portas abertas, sem conversar sobre a investigação.

Cardozo sofre críticas sobre as reuniões desde o fim de semana, quando o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa defendeu sua demissão imediata. O ex-presidente da Corte também criticou advogados por procurarem a política em vez de a Justiça.

O ministro da Justiça evitou rebater as críticas de Barbosa. Mas, se referindo a oposicionistas, considerou uma ofensa o que chamou de tentativa de criminalizar advogados. “Considero isso uma ofensa aos advogados do Brasil. Advogados, porque advogam para seus clientes, não são membros de quadrilha por serem advogados, me repugna isso. Advogados são indispensáveis para a justiça, para o estado de direito”, disse. “Eu me sinto ofendido, não como ministro da Justiça, mas como advogado”, acrescentou.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade