Após Moraes, governo dos Estados Unidos revoga vistos de mais sete ministros do STF
Decisão foi tomada após operação contra Jair Bolsonaro
Governo dos EUA revogou os vistos de sete ministros do STF, alegando perseguição política, após operação contra Bolsonaro; apenas Moraes teve revogação confirmada oficialmente.
Alexandre de Moraes não será o único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a ter o visto americano revogado. Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes também vão entrar na lista.
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Com isso, apenas André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques estarão fora da lista de sancionados pelo governo norte-americano. A medida ocorre após o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Até o momento, apenas a retirada do visto de Moraes foi confirmada oficialmente pelo governo de Donald Trump. Por meio das redes sociais, Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, anunciou a decisão ao falar de “caça às bruxas política” por parte do ministro.
“Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, escreveu, sem citar quais seriam esses aliados.
.@POTUS made clear that his administration will hold accountable foreign nationals who are responsible for censorship of protected expression in the United States. Brazilian Supreme Federal Court Justice Alexandre de Moraes's political witch hunt against Jair Bolsonaro created a…
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) July 18, 2025
Pouco após ser alvo da operação, Bolsonaro começou a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de falar com o filho Eduardo Bolsonaro e de usar redes sociais. O ex-presidente alega que é vítima de perseguição política por parte do ministro da Suprema Corte.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes considera que Bolsonaro e Eduardo estariam "atuando em conjunto" "nos atentados à soberania Nacional". O documento fala diretamente da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, que foi celebrada por Eduardo nas redes.
O Terra entrou em contato com a embaixada dos Estados Unidos no Brasil, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
O que diz a defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente afirmou em comunicado que as medidas cautelares impostas ao político foram por "função de atos praticados por terceiros" e que as "frases destacadas como atentatórias à soberania nacional jamais foram ditas por Bolsonaro".
Os advogados de Bolsonaro alegaram que foram "surpreendidos" com os mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal (PF) nesta manhã na residência do ex-presidente, em Brasília, e na sede do Partido Liberal.
"As graves medidas cautelares foram impostas em função de atos praticados por terceiros, circunstância inédita no direito brasileiro. As frases destacadas como atentatórias à soberania nacional jamais foram ditas por Bolsonaro", disse a defesa em nota enviada ao Terra.
* Com informações de Estadão Conteúdo.