PUBLICIDADE

Política

Após exumação, Jango terá novo funeral com honras de chefe de Estado

2 set 2013 - 16h39
(atualizado às 17h40)
Compartilhar
Exibir comentários

A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, afirmou nesta segunda-feira que o ex-presidente João Goulart terá um novo funeral, com honras de chefe de Estado, após a conclusão do processo de exumação de seus restos mortais. Em encontro com o diretório regional do PDT em Porto Alegre, a ministra afirmou que o corpo de Jango, morto no exílio em 1976, não teve direito às honrarias por parte da ditadura militar, configurando-se em mais um "ato criminoso" do regime.

O corpo de Jango será exumado para tentar esclarecer a causa de sua morte devido a suspeitas de que ele teria sido assassinado, e não morrido em consequência de um ataque cardíaco, como foi divulgado à época. O ex-presidente morreu no dia 6 de dezembro de 1976, aos 57 anos, quando estava exilado em Mercedes, na Argentina.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/desaparecidos-da-ditadura/" href="http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/desaparecidos-da-ditadura/">Desaparecidos da ditadura</a>

Jango presidiu o Brasil de 7 de setembro de 1961 a 1º de abril de 1964, quando foi deposto em um golpe militar. As suspeitas são de que ele teria sido vítima de uma articulação da Operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, Argentina e Uruguai para perseguir opositores.

De acordo com o PDT, a ministra não antecipou em que datas ocorrerão a exumação e o translado dos restos mortais de Jango. No dia 21 de agosto, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) garantiu que, após a exumação, a ossada de João Goulart retornará à cidade de São Borja, a 600 quilômetros de Porto Alegre (RS), onde o ex-presidente foi enterrado. Segundo Maria do Rosário, Jango será levado a Brasília e devolvido a São Borja "como presidente do Brasil".

Conforme Maria do Rosário, a sua pasta trabalha com evidências de que Jango foi investigado "sem trégua" nos locais em que esteve durante o seu exílio. "Hoje temos acesso a documentos que mostram que Jango era investigado em sua própria casa", informou a ministra, detalhando os procedimentos para a exumação que envolvem familiares, técnicos do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e peritos argentinos, uruguaios e cubanos, credenciados pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.

Neto de Jango, o suplente de vereador Christopher Goulart (PDT), presente ao encontro, afirmou que a exumação ajudará a resgatar a memória de seu avô. "O tempo foi duro com a memória de João Goulart, e por isso não vamos desistir de retomar a força política e os valores dele, que foi sepultado pelo silêncio até agora."

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade