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Polícia

Polícia do Rio soma 62 prisões em flagrante durante protestos

Na última manifestação, nove foram detidos por formação de quadrilha

18 jul 2013 - 20h37
(atualizado às 20h43)
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De 10 de junho até agora, 62 pessoas foram presas em flagrante nas diversas manifestações na região metropolitana do Rio de Janeiro, entre elas, 25 adolescentes, apreendidos. Todas por atos de violência como furto qualificado, formação de quadrilha e porte de explosivos. O balanço foi divulgado na tarde desta quinta-feira pela Polícia Civil do Rio. De acordo com o levantamento, 37 dos presos foram liberados mediante o pagamento de fiança.

Na manifestação da noite de ontem e madrugada de hoje, no bairro do Leblon, zona sul da capital, nove pessoas foram presas em flagrante, todas autuadas por formação de quadrilha. Oito pagaram fiança, como prevê a lei, e foram liberadas, mas uma, por ser flagrada com artefato explosivo, ficou presa.

Além das prisões em flagrante, investigações conduzidas pela 5ª Delegacia Policial, no centro do Rio, identificaram em redes sociais e durante os protestos sete pessoas. Cinco delas foram autuadas por incitação à violência e duas, por apologia ao crime, delitos de competência do Juizado Especial Criminal (Jecrim). Todas depuseram e foram liberadas.

Segundo o balanço da Polícia Civil, o maior número de prisões na capital fluminense ocorreu na manifestação de 17 de junho, durante a depredação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando foram detidas 13 pessoas e apreendidos dois adolescentes. No dia seguinte, nos protestos nas cidades de Niterói e São Gonçalo, ocorreram 14 prisões em flagrante e duas apreensões de adolescentes.

Na manifestação do dia 21 de junho, na avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, 10 pessoas foram presas e 13 adolescentes, apreendidos.

Protestos pelo Brasil

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Agência Brasil Agência Brasil
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