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Pais decidem que Sofia terá o corpo cremado nos EUA

A menina Sofia morreu 5 meses após transplante em Miami, caso gerou comoção nas redes sociais

15 set 2015 - 19h32
(atualizado às 19h33)
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Menina Sofia morreu em Miami 5 meses após transplante
Menina Sofia morreu em Miami 5 meses após transplante
Foto: Divulgação

A mãe da menina Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e oito meses, que morreu nesta segunda-feira em Miami, nos Estados Unidos, informou por meio da fanpage “Ajude a Sofia” no Facebook que ela e o marido, Gilson Gonçalves, decidiram que o corpo da bebê será cremado. 

“Decidimos cremá-la aqui, por ser algo não burocrático. Se fôssemos fazer o translado seria muito mais demorado e dolorido. Também quero ela sempre do meu lado, mesmo que sejam suas cinzas”, informa a mãe, Patrícia Lacerda, na publicação aos mais de 1 milhão e meio de seguidores. 

No texto a mãe afirma ainda que a volta para o Brasil será demorada. “Temos que arrumar muita documentação burocrática que pode levar algum tempo, temos muita coisa para resolver”. A família é de Votorantim, no interior de São Paulo.

O advogado que acompanha o caso, Miguel Navarro, afirma que corpo da menina só deve ser liberado dentro de duas semanas. Segundo ele, ainda serão feitos exames para esclarecer a causa da morte. “Geralmente para quem mora lá já é complicado, leva esse tempo. Será feito biópsia em todos os órgãos transplantados para mostrar que a morte foi em decorrência do vírus que ela adquiriu e não do transplante”, explica. 

O advogado esclarece ainda que a legislação norte-americana permite que o corpo da criança seja cremado no país, caso os pais não optem pelo traslado até o Brasil.

“A opção pela cremação em nada simplifica ou encurta o tempo de espera para a liberação do corpo. Foi uma opção da família para não ter que retornar ao Brasil com caixão da filha e ter as cinzas da menina sempre por perto”, afirmou Navarro. Uma família brasileira que também mora em Miami tem dado apoio aos pais de Sofia. 

A criança morreu na madrugada desta segunda-feira no Hospital Jackson Memorial Medical após parada cardíaca. Ela, que passou por um transplante de cinco órgãos, estava internada desde o final de julho, após ser diagnosticada com o Citomegalovírus (CMV), causador de uma severa alergia e complicações pulmonares. A mãe de Sofia, Patrícia Lacerda, pedia na fanpage “Ajude a Sofia” para que os amigos e seguidores intensificassem as orações pela cura da menina. 

Sofia com sua mãe, Patrícia
Sofia com sua mãe, Patrícia
Foto: Divulgação

“Triste dia”

O médico de Sofia nos EUA e também brasileiro, Rodrigo Vianna, lamentou a morte da criança. Ele é chefe do setor de transplantes do hospital e conta que estava perto da menina e dos pais quando ela morreu.

“Como médico, meio titio e pai de três filhos a nossa profissão tem momentos lindos de cura mas também momentos de extrema dor. Jamais estaremos completamente preparados para isto. A Sofia e seus pais deixaram uma história de fé, esperança e luta pela vida, pelos direitos de todos nós”, escreveu o médico em seu perfil pessoal no Facebook.

Vianna conta ainda que Sofia tinha uma alegria incrível e que deixará saudades. “Sofia uniu um povo que tem uma solidariedade e um coração inigualáveis. Lutamos todos juntos. Brasil de tanta gente boa. Fica mais uma vez a prova de que lutamos contra algo muito maior que nós. Obrigado meu parceiro de profissão e amigo Thiago Beduschi e minha colega Jennifer Garcia pelo profissionalismo e competência. Descanse em paz bonequinha. Tenho certeza que irás arrancar um largo sorriso de Deus com tua alegria e sorriso contagiante”, finalizou.

Confira a publicação na íntegra:

"Triste dia. A Sofia foi a primeira criança a morrer aqui em 2105. Nós estávamos do lado dela e de seus pais na hora da morte. Como médico, meio titio e pai de três filhos a nossa profissão tem momentos lindos de cura mas também momentos de extrema dor. Jamais estaremos completamente preparados para isto. A Sofia e seus pais deixaram uma história de fé, esperança e luta pela vida, pelos direitos de todos nós. Ela tinha uma alegria incrível e deixará saudades. Mas a vida é assim, cheia de mistérios, obstáculos. A perda de um filho talvez seja o maior deles todos. Temos que viver nossos momentos de alegria com eles plenamente. Apesar de não ter vontade de trabalhar hoje eu sei que vou continuar esta eterna luta pelo próximo paciente, sempre tentando devolver ou estender a vida nem que seja por um instante. Sofia uniu um povo que tem uma solidariedade e um coração inigualáveis. Lutamos todos juntos. Brasil de tanta gente boa. Fica mais uma vez a prova de que lutamos contra algo muito maior que nós. Obrigado meu parceiro de profissão e amigo Thiago Beduschi e minha colega Jennifer Garcia pelo profissionalismo e competência. Descanse em paz bonequinha. Tenho certeza que iras arrancar um largo sorriso de Deus com tua alegria e sorriso contagiante."

Foto: Ajude Sofia/Facebook / Reprodução
Fonte: Terra
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