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MG: paulista é a única a aderir ao Mais Médicos em cidade com 54 vagas

4 set 2013 - 22h15
(atualizado às 22h18)
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MG: paulista é a única a aderir ao Mais Médicos em cidade com 54 vagas:

A médica paulista Rosângela dos Santos foi a única a fazer inscrição no programa Mais Médicos do governo federal para trabalhar em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Nesta terça-feira, a profissional, formada em dezembro do ano passado na cidade de São José do Rio Preto (SP), começou a trabalhar na Unidade Básica de Saúde do bairro Nova Contagem, um dos mais carentes do município. 

Rosângela contou que terá uma rotina diária de 8 hora, de segunda à sexta-feira. Por dia, terá que atender em média 24 pacientes. “Serão 12 de manhã, 12 de tarde, e o que mais chega de agudo, que é o paciente que chega do que aconteceu na hora”, explicou. Para trabalhar em Nova Contagem, a médica disse que deixou em Valença, no Rio de Janeiro, o marido e os dois filhos, de 11 e 12 anos.  

O desafio de trabalhar em uma região carente não assusta a profissional: “Eu me sinto muito segura. Vai ser uma troca de experiência muito profunda, que vai me deixar uma grande marca”, avaliou. Apesar de ter sido apenas o primeiro dia de trabalho, Rosângela disse ter sido muito bem recebida pelos funcionários do posto de saúde e pacientes. “É um povo muito carente, mas muito generoso. E isso é o que está me dando muita força para ficar. Tudo é concomitante, claro, no trabalho você precisa do dinheiro, mas a maior gratificação é você receber um 'obrigado pelo que você fez por mim'. É como se o médico fosse um mágico na vida de um paciente”, relatou. 

A prefeitura de Contagem informou que o município cadastrou 54 vagas no programa Mais Médicos. Apenas seis profissionais fizeram a inscrição e somente a médica Rosângela dos Santos se apresentou para trabalhar.  

A presença diária, enfim, de uma médica no posto de saúde de Nova Contagem agradou aos pacientes. “Nunca tem médico aqui para atender a gente, é raro. Todas as vezes que fiquei grávida eu fiz o pré-natal com uma enfermeira”, reclamou a dona de casa Letícia da Silva, grávida de cinco meses. Na entrada da unidade, inclusive, há um cartaz comunicando que o acolhimento na Equipe 7 seria feito com uma enfermeira a partir do dia 2 de setembro. 

Também grávida de seis meses, a dona de casa Richele Alves disse que os pacientes precisavam contar com a sorte para serem atendidos. “A gente tem que vir sempre bem cedo para ver se tem médico. Quando tem, atendem no mesmo dia, mas geralmente não tem”, afirmou. “Já vim várias vezes, eu e o meu pai, que é diabético, ele precisa consultar, e não tem médico”, completou.  

Perguntada se concordava com a decisão do governo federal de trazer para o Brasil médicos estrangeiros, a dona de casa aprovou a medida: “Que ele sejam bem-vindos, até porque muitos dos médicos que são formados aqui no Brasil não querem vir para uma comunidade igual a nossa. Então, se eles estão dispostos, que eles sejam bem-vindos, porque vai melhorar”, afirmou. 

A médica Rosângela Santos também disse ser contrária à resistência dos colegas de profissão à contratação de médicos estrangeiros. “Não tenho nada contra, que sejam muito bem-vindos os nossos colegas estrangeiros, porque eles vêm para somar. Aos meus colegas brasileiros (digo que) a gente tem que experimentar o que é diferente para saber o que é bom. Faz parte da nossa atividade médica humanitária também nos dedicar à população carente”, afirmou.

 
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

 
Fonte: Especial para Terra
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