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Human Rights Watch denuncia violência policial "sem freios" no Brasil após 4.200 mortes em 1 ano

18 jan 2018 - 11h05
(atualizado às 11h20)
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A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou, em relatório global publicado nesta quinta-feira, a violência policial "sem freios" no Brasil, após um aumento de 26 por cento no número de pessoas mortas por policiais em 2016, totalizando 4.224 vítimas fatais.

"A polícia no Brasil precisa desesperadamente da cooperação da comunidade para combater os elevados índices de criminalidade que afligem o país. Mas enquanto alguns policiais agredirem e executarem pessoas impunemente, as comunidades não confiarão na polícia", disse a diretora da HRW no Brasil, Maria Laura Canineu, em comunicado.

Na avaliação da organização, o Congresso agravou a situação ao aprovar no ano passado uma lei que afasta da jurisdição civil membros das Forças Armadas acusados de homicídio contra civis em operações de segurança pública, atribuindo essa competência a tribunais militares.

Somente no Rio de Janeiro, policiais em serviço mataram 1.035 pessoas entre janeiro e novembro de 2017, um aumento de 27 por cento em relação ao mesmo período de 2016, segundo relatório.

De acordo com a organização HRW, as "execuções extrajudiciais" cometidas por policiais colocam em risco a vida dos próprios colegas, que ficam sujeitos à retaliação. Em 2016, 437 policiais foram mortos no Brasil, a grande maioria deles fora de serviço, segundo dados citados pelo Relatório Mundial.

Além de ressaltar a gravidade da questão da violência policial, o relatório apontou o aumento da população carcerária do país, que saltou 17 por cento desde dezembro de 2014, alcançando 726,7 mil pessoas em junho de 2016, segundo o levantamento.

Procurado, o Ministério da Justiça não se manifestou de imediato.

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